quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tudo na mesma?

Vale a pena ler o informativo artigo de Mariana Santos sobre as reformas na arquitectura económica europeia: No fundo, tudo na mESMA. Não percebo por que é que a imprensa continua a referir-se ao fundo europeu de estabilidade financeira como uma “ajuda externa”. Repito: trata-se, na ausência de mudanças inesperadas na configuração do fundo, de garantir a estabilidade dos investimentos do sector financeiro do centro nas periferias à custa das classes populares. Mas não é verdade que será o governo português a escolher activar o fundo? O facto de se escolher não quer dizer necessariamente que se aceita uma estrutura que só gera opções trágicas. De qualquer forma, a política com p pequeno é mesmo a política nacional que não põe em causa esta insustentável estrutura europeia. É a política da dependência, a política da “ajuda”.

3 comentários:

  1. A substituição do mercados é uma atitude excepcional que obriga a que se corrija o que conduziu a essa situação. Os portugueses devem pagar evasão fiscal, as duas tardes sem trabalhar, os salários insustentáveis da funçã pública da Grécia? Foi o 6ª país co maiores gasto em armamento na década passada. Só caças de combate foram 60. Eu não quero ajudar a pagar os F16 gregos. Vou já fazer um requerimento às finanças para que o João Rodrigues pague a minha parte. Fico bastante agradecido pela sua disponibilidade. Eu não sou solidário com a factura do armamento grego.

    Jorge Rocha

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  2. Jorge Rocha, parece-me que há uma contradição de base no que diz: não quer ser solidário com a política grega (seja, F16), mas é inevitável que seja solidário com eles nessa coisa em que todos embarcámos e que foi o euro.

    Queremos uma moeda comum? Então temos de ter uma política económica, financeira e fiscal comum, com um BCE interventivo.

    Queremos evitar que os parceiros procedam à grega? Então só com coisa como a impossibilidade de o Arizona ou Minas Gerais ou Lucerna poderem comprar os seus F16.

    Mas podemos simultaneamente protestar nacionalisticamente contra qualquer perda de soberania no âmbito da UE?

    Eu não quero uma união vincadamente federal, não quero o que me parece inevitável como consequência, o domínio do neoliberalismo do eixo franco-alemão. Mas também sei que não se pode ter o bolo e comê-lo.

    Lembro que, mutatis mutandi, essa sua recusa de nos responsabilizarmos pelos gastos gregos é o que os alemães dizem em relação aos gastos portugueses. E confesso que foi surpresa, ainda não tinha visto, ler um português a tomar essa posição, que - desculpe-me a frontalidade - me parece caricatamente arrogante. É que fala o nu do mal vestido.

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