terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Pensar o nosso desenvolvimento
... que êxito tiveram os esforços para levantar as zonas deprimidas da CEE (que incluem grande parte da Grécia e da Espanha, o sul da Itália, todo Portugal, Gales e outras zonas do Reino Unido, bolsas da França)?
A solidariedade activa dos avançados conseguiu levantar os retardados? Estão eles preparados já para o combate com os novos concorrentes directos da Europa recém-libertada?
É sobretudo em Itália que mais se tem reflectido sobre isto, porque lá o problema tem a especial ressonância de ecoar um problema interno italiano: a diferença de desenvolvimento entre o Norte e o Sul, os esforços sistemáticos para a reduzir, a escassa resposta que essa ajuda sistemática globalmente tem tido.
Uma achega importante neste debate de há décadas acaba de aparecer na recém-publicada colectânea de ensaios de Luciano Cafagna, “Dualismo e svillupo nella storia d’Italia”. São trabalhos que tentaram, ao longo de trinta anos, apreender as razões sociológicas e económicas por trás da falhada modernização do “mezzogiorno”.
Temo que algumas das suas conclusões tenham universal validade, e em especial se apliquem às nossas latitudes.
Este texto é parte de um interessante artigo escrito pelo Engº Rogério Martins para o Público de 18.03.1990, pouco depois da queda do muro de Berlim, com o título “Os presentes não são eternos”(O que fica do que passa, Edições ASA). Num contexto de crise do projecto europeu, vale a pena reler os textos de um europeísta culto.
Descontando a ideia (errada) de que o desenvolvimento das sociedades é uma corrida de atletismo em pistas paralelas em que umas estão mais à frente que outras, vinte anos depois o artigo mantém a sua força interpeladora. Contrastando com o discurso que vemos na comunicação social, chama a atenção para o papel que as relações entre o poder político e o económico desempenham num processo de desenvolvimento. Algo que faz parte das necessárias interdependências entre economia, outras instituições, e cultura que o discurso dominante ignora.
A crise que estamos a viver torna ainda mais evidente o quanto precisamos de um Presidente limpo de amizades com gente suspeita e dotado do espírito crítico que a cultura proporciona. Sem líderes assim o nosso desenvolvimento permanecerá tolhido.
Hoje como há 20 ou 50 anos, o problema do Sul de Itália é o mesmo do Sul da Europa, realmente.
ResponderEliminarChama-se MÁFIA. Corrupçäo generalizada.
Seja por qual nome seja conhecida. Pelo rectängulo é o partido, os "amigos".
"precisamos de um Presidente limpo de amizades com gente suspeita"
ResponderEliminarLá ficam Cavaco e Alegre de fora...
Manuel Alegre tem de ficar de fora.Apoiado por Sócrates e a fazer campanhas para o BPP.
ResponderEliminarJoão Paz
Caro Carlos Albuquerque
ResponderEliminarO seu comentário está marcado por evidente sectarismo.
Tanto quanto sabemos, Cavaco Silva comprou acções a preço de favor fixado por alguém investigado por gestão danosa dessa mesma empresa, e construiu casa de férias na mesma urbanização escolhida por essa pessoa. Ainda por cima, não se lembra onde fez a escritura da compra do terreno. E sendo amigo de Dias Loureiro, sujeito a investigação criminal, sentiu-se inibido de o pressionar a demitir-se do Conselho de Estado.
Por muito que lhe custe, e face à evidência disponível, apenas Cavaco Silva não está limpo de amizades com gente suspeita.
Caro João Paz
Se a sua lucidez o permitir, saberá certamente reconhecer que um relacionamento político não implica necessariamente uma relação de amizade. Por muito que lhe custe, Manuel Alegre não priva com gente suspeita.
Caro Jorge
ResponderEliminarManuel Alegre apoia e é apoiado politicamente por José Sócrates. Se não lhe basta a política de direita de Sócrates, veja todos os casos em que tem aparecido envolvido. Se mesmo assim acha que Alegre não tem ligações com gente suspeita, acho que o meu comentário não será dos mais sectários por aqui.
"Redução das indemnizações por despedimento "absurda, imoral e ilegítima".
ResponderEliminarO Governo socialista está a fazer propostas que nem governos de direita tiveram coragem de propor no passado", diz Arménio Carlos, da comissão executiva da CGTP."
Alegre apoia politicamente e é apoiado por quem faz estas propostas.
Por falar na necessidade de termos responsáveis políticos limpos de amizades com gente suspeita, vale a pena recordar.
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