sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Socializar custos

As políticas públicas definem as regras do jogo económico e assim também ajudam a decidir quem pode gerar e transferir que custos para quem. Isso é claro nas regras do jogo que inevitavelmente estruturam as relações laborais e distribuem direitos e obrigações, ou seja, poder. Por isso é que a rigidez e a flexibilidade são questões de percepção selectiva: a opinião dominante só se põe no lugar de quem estruturalmente já detém mais poder porque controla os activos, só simpatiza com uma das partes. Porquê?

O governo, segundo nos informa Raquel Martins no Público, quer permitir que os patrões possam transferir mais alguns custos para os trabalhadores e para o conjunto da comunidade. Os custos que os patrões têm com os despedimentos reduzir-se-iam pois passariam a ser parcialmente suportados por um fundo também financiado com dinheiros públicos. Um incentivo pecuniário ao despedimento, tornando-o mais atractivo, uma opção mais tentadora. Os outros que paguem os custos do crescente desemprego.

A criação de emprego, por sua vez, depende fundamentalmente do andamento da procura e essa foi profundamente deprimida pela crise e pelas políticas de austeridade. Além disso, num contexto de crise permanente das finanças públicas, numa economia de baixa pressão salarial e de desemprego elevado, esse fundo seria frágil e facilmente removível a prazo. É a política governamental do plano inclinado, rumo a mais insegurança, desemprego e desigualdade.

2 comentários:

  1. CARO LARÃO DE BICICLETAS

    VENHO DIVULGAR ESTA NOTICIA QUE SEQUER APARECEU NAS TVS.

    15% DE AUMENTO NA ELETRICIDADE.

    SOMOS GOVERNADOS POR MAFIOSOS.

    DEVE SER PARA ESTIMULAR A ECONOMIA PORTUGUESA.

    CUMPRIMENTOS.

    RAMIRO LOPES ANDRADE

    ramirolopesandrade.blogspot.com
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    http://dn.sapo.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1729095&postref_id=1581704&postreply_id=1582216

    Revista de Impresa

    Aumentos de 15% na electricidade para as empresasO "Jornal de Negócios" publica hoje uma entrevista com Luís Reis, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), que revela que a associação recebeu informações da Secretaria de Estado da Energia de que o aumento do preço da electricidade para as empresas pode chegar aos 15%.
    Luís Reis diz ao "Jornal de Negócios" que "se prepara um movimento ao nível de energia que tem tudo menos de transparente" para 2011, e que envolve "movimentos por parte do Governo e da entidade reguladora do sector" para aumentar algumas tarifas (de acesso e transportes, refere) que acabarão por encarecer o preço da electricidade para as empresas de distribuição em 15%.
    O objectivo será não aumentar os preços para os consumidores, mas Luís Reis explica ao "Jornal de Negócios" que "não há forma" de absorver os aumentos sem aumentar os preços para os particulares.
    Na entrevista, o presidente da APED pronuncia-se ainda sobre a possibilidade de o FMI entrar em Portugal, os combustíveis de baixo custo e a distribuição de medicamentos.

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  2. Então o pessoal não andava embevecido pelo lugar dianteiro do Portuga nas energias renováveis? Não diziam aos vulgares tugas como eu que as eólicas, nomeadamente, eram, não um negócio, mas uma pura "contabilidade", uma aplicação financeira sem riscos. Portanto, alguém tem que pagar esse brilharete de que tanto se ufana o PM e que até justifica para cursos pelo expert Pinho. Agora há que pagar e não bufar!

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