Publicado no arrastão.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Quando é que esta gente descansa?
BCE, FMI e Comissão Europeia com a mesma cassete neoliberal: “reformar o mercado de trabalho”. O que é isto? Luta de classes à escala europeia; desculpem, mas não tenho melhor expressão: reduzir os custos do despedimento, fragilizar ainda mais a contratação colectiva e afunilar o subsídio de desemprego para que a economia do medo alastre, para que a insegurança laboral se intensifique. O objectivo principal é tornar estrutural a lógica conjuntural das políticas orçamentais de austeridade, ou seja, reduzir permanentemente os salários directos e indirectos, no público e no privado, que isto está tudo ligado. O aumento das desigualdades é outro dos efeitos/objectivos. Segue-se o apelo ao incumprimento do acordo sobre o salário mínimo? A crise e o desemprego continuam sem solução, claro. Isso pressupunha mudar a configuração institucional europeia para termos políticas de investimento, de estimulo económico. O aumento generalizado do desemprego é o resultado da crise do capitalismo financerizado e as economias que aguentaram melhor o embate, em termos de emprego, parecem ser precisamente as que têm regras laborais que distribuem os direitos e as obrigações de forma mais favorável a quem trabalha. Na realidade, a crise é usada como pretexto para todas as regressões, para a consolidação de todas as utopias liberais. Questão de poder. Esta gente só descansa quando tivermos todos regressado a 1906, a um anúncio que estava afixado numa fábrica da Renault: “Os operários podem despedir-se avisando o encarregado com uma hora de antecedência. A Casa, por sua vez, pode despedir os operários sem indemnização, avisando-os o encarregado com uma hora de antecedência.”
mais flexibilidade laboral, alterar o conceito de justa causa de despedimento,segundo, parece, um comissário europeu sugere/pressiona (talvez fazendo eco a Passos Coelho...), apesar do artº 53º da CRP,etc.Enfim o que querem é o regime do "despedir?!... porque me apetece!"
ResponderEliminarCláudio Teixeira, 30/11/10
Mas näo é isso que a maioria do eleitorado quer? Ter a "liberdade" de ir para o olho da rua por dá cá aquela palha?
ResponderEliminarEntäo porque têm votado em quem votam? Chego à conclusäo de que näo vale a pena lutar contra esta corrente,os portugueses näo aprendem. Näo é por acaso que quem tem dois dedos de testa se vai embora. Näo há pachorra.
A salvaçäo da UE depende, como sempre, dos trabalhadores franceses e alemäes... e pelos vistos isto chegou a um ponto que tem de ser a Merkel (do "CDS europeu") a pôr cobro à vergonha, porque a esquerda... a ver se o novo Miliband inspira à mudança!
Na verdade, num País que se pauperiza, torna-se particularmente incompreensível isso mesmo que «Maquiavel» indica: como é possível as pessoas votarem na degradação das condições da própria existência?
ResponderEliminarÉ verdade que os consensos podres dos economistas de serviço na maioria dos meios de comunicação social tem um papel a desempenhar aqui; mas talvez apenas se revele eficaz por ir enraizar-se no solo fértil do ressentimento.
É uma hipótese...
Esta gente nunca mas nunca mesmo descansa.
ResponderEliminarIsto é, eles descansam mas deixam sempre alguém - algum bandalho, algum malfeitor, algum mafioso, algum ladrão, algum vigarista neo-liberais - a falar por eles e a defender o indefensável ou seja a Rapina.
Ainda gostava de saber porque é que o Papa, sempre tão "preocupado " com os pobres que, diz ele, tanto sofrem por esse mundo fora, ainda não foi capaz de excomungar todos estes grandes filhos da puta.!?
Isto só lá vai com um novo 25 de Abril mas desta vez na europa toda.
Mas foi as leis do mercado do trabalho que foram a causa da actual crise? Não brinquem com quem trabalha honestamente.
ResponderEliminarSegundo li nas últimas noticias, a questão levantada por essas instituições é as indemminazações em caso de despedimento. Espero que sejam revistos os montantes que os génios de gestão levam assim que são despedidos das comissões de serviço. Nunca percebi bem, pessoas tão competentes, tão geniais que merecem receber milhares de euros por mês necessitam de indemnizações.
As indemnizações devem ser para quem irá encontrar dificuldades em voltar ao mercado laboral porque muitas vezes não tem competências para os novos desafios do mundo laboral, para os génios que saltam de uma empresa publica para outra, para quê a indemnização?
A verdade é que imensos trabalhadores já vivem, desde à muito tempo, com esta realidade. Chama-se recibo verde.
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