Bom título do negócios. O trabalho de Elisabete Miranda, a partir de uma entrevista ao economista grego Yianis Varouhakis, faz o balanço da “ajuda europeia”, esse trágico eufemismo: “Mais pobreza e uma severa recessão”. Entretanto, podem ler um contributo deste economista grego, embora com tradução descuidada, onde se avançam propostas convergentes com o que eu já defendi no mdiplo: trata-se de combater o desgraçado austeritarismo europeu através de reformas na Zona Euro.Já que estou a falar do euro, recomendo a leitura de um artigo, já com umas semanas, onde Vital Moreira exibe o seu ordoliberalismo, oportunamente colocado na Aba da Causa: “a provação e o teste”. Com o desemprego a atingir 10% da força de trabalho e com a generalidade das periferias a arder, agora com destaque para a Irlanda, graças a uma austeridade permanente e aditivada pelas pressões dos especuladores, é preciso uma dose cavalar de ideologia para vir anunciar o sucesso da arquitectura institucional subjacente ao euro. Esta desgraça conduz ao aumento da polarização social e regional e, eventualmente, à autodestruição do euro, como sublinha o economista social-democrata Joseph Stiglitz.
O mais trágico é que as elites nacionais e europeias vão precisar de duas décadas de decadência económica para chegar à conclusão, se não ocorrer um colapso do euro antes disso, de que este arranjo não nos serve. Enfim, o europeísmo feliz liquidou a social-democracia e agora liquidará, na ausência de luta social denodada, o Estado social e o que resta dos direitos laborais, transferindo o custo social da crise para os trabalhadores e para os mais pobres. O pensamento de Vital ou de Vitorino, dominante entre o centro-esquerda, tem responsabilidades, à nossa escala, por este desastre. As ideias têm consequências.
Publicado no Arrastão
As massas acéfalas foram na cantilenta neoliberal, e agora como atulhados em dívidas, nem força têm para se mexer.
ResponderEliminarOs partidos sociais-democratas venderam-se ao neoliberalismo, renegando a própria herança. Vá lá que no RU o "Labour" já deixou de ser "New". Porque lá o pessoal parece que é mais culto.
Quanto mais o povo é roubado mais vota à direita. Näo vê que é a causa. Entäo porque se preocupar? Veja-se os EUA, onde Michael Moore é apelidado de lunático quando apenas revela a triste realidade. O resto, é vê-los agarrados à bandeira e a berrar que, "se isto é täo mau, porque vêm para cá tantos imigrantes?" ao mesmo tempo que têm de ter 3 trabalhos (para pagar os calotes), e consideram isso a prova de americanidade?
O povo acéfalo é como um animal de carga, e é tratado como tal. Enquanto näo escoicinhar, é carregar com o chicote!