“Na verdade, os governos europeus, independentemente da sua cor política, parecem sentir-se mais mandatados para defender os direitos inalienáveis dos mercados do que os dos cidadãos. Com os primeiros têm compromissos sérios, que não podem deixar de honrar; com os segundos têm combinações frouxas, que podem substituir pela imposição de duríssimos sacrifícios (…) O novo regime que está a ser imposto como inevitável na União Europeia, e que bem se pode chamar regime «austeritário», representa uma séria ameaça para o contrato político, económico e social em que se fundamenta a democracia (…) Seja como for, a simples existência de movimentos como a greve geral de 24 de Novembro são fortes sinais de que ainda há, mesmo entre os mais prejudicados pelo regime «austeritário», cidadãos apostados em defender a democracia.”
O artigo da Sandra Monteiro pode ser lido no sítio do Le Monde diplomatique – edição portuguesa. O sumário do número de Novembro pode ser lido aqui. Eu também contribuo para o Le Monde diplomatique – edição portuguesa deste mês com um artigo sobre a economia política da austeridade. Para para além de denunciar a lógica recessiva e regressiva do orçamento, aponto alguns toques de política que poderiam ter impactos sistémicos favoráveis. Deixei a parte final do artigo no arrastão.
Se os cidadäo se mobilizassem, asseguro-vos que os políticos começariam a actuar de outra forma.
ResponderEliminarMas enquanto se continuar a pensar apenas e só no próprio umbigo, a ver BigueBordas, e a berrar "PROTESTO ABSTENDO-ME!", os políticos fazem o que bem querem, porque quem lhes paga as "campanhas" säo os tais mercados.
Veremos quantos se juntam à Greve Geral de 24/11...
Os países nórdicos chegaram onde chegaram por terem cidadäos activos que controlam a honestidades dos políticos, e a classe abastada que preferiu paz social à exploraçäo barata. E näo foi por isso que deixaram de ser MUITO ricos.
Só que agora, eivados dos "bons" exemplos anglo-americanos, tornaram-se gulosos, e usam da mesma terminologia obsoleta para justificar que "o Estado Social tem de acabar porque é demasiado caro".
Mas olhem, os adeptos do "quanto pior melhor" e da subserviência às elites deveriam olhar para a França de 1789 e para a Rússia de 1917.