quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Terapia de choque - ou os ratinhos da gaiola

Eliminação de 500 mil empregos públicos, uma quebra de despesa de 95 mil milhões de euros, 1/3 dos quais por redução de apoios sociais. Entretanto, os bancos vão continuar a beneficiar de isenções fiscais na ordem dos 22 mil milhões de euros. Este é o plano de austeridade anunciado ontem no Reino Unido.

O governo britânico diz que o país se afasta do precipício. A mim estes anúncios sucessivos de medidas de austeridade (que não vão ficar por aqui) lembram os ratinhos que correm nas rodas das gaiolas para não caírem, mas quanto mais cada um corre mais todos têm de correr. No fim caem todos - e a roda pára.

9 comentários:

  1. Em primeiro lugar, são os malvados dos bancários que sustentam o Estado Social com o dinheiro que emprestam aos Estados. Em segundo lugar, quanto quer apostar em como serão os primeiros a sair da crise e a fazer adeus ao continente? 1000 euros? Vamos a isso?

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  2. Ou dito de outra forma: o Estado Social precisa dos bancos como de pão para a boca.

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  3. Eduardo: então, nacionalizem-se os bancos e o Estado Social só passa a depender dele próprio?

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  4. Mas é com impostos que deviam sustentar o Estado Social como o resto de nós, não com juros usurários...

    Para não dizer, é claro, que por essa Europa (e América) fora os Estados acumularam défices para salvarem bancos e agora estão a cobrar esses défices às pessoas, como o artigo ilustra.

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  5. Eduardo,

    Será que os Bancos sobreviveriam se não tivessem um Estado a quem pudessem emprestar? ;)

    Os Bancos não fazem nenhum favor aos Estados, é o NEGÓCIO (as usual) deles...aliás, os malfadados Estados vão contribuir para que os coitados dos Bancos tenham um aumento de lucro, este ano com um "spread" jeitoso de 5%.

    Enquanto o poder económico controlar o poder político não vamos para a frente. "Read my lips".

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  6. A CITY é a responsável pela posição da G.B. no pós-guerra
    é o 2º maior centro financeiro mundial

    Logo dizer isto num sector
    indispensável para a G.B.
    claro que, os bancos vão continuar a beneficiar de isenções fiscais na ordem dos 22 mil milhões de euros.

    Nos anos 70 japoneses e não só já faziam
    previsões sobre a potencial crise
    resultante das alterações demográficas, previa-se para 2050
    ocorreu 40 anos mais cedo

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  7. E...se o Estado não tivesse sido tão bom empregador , se não tivesse sido o supra sumo da boa vida , provavelmente não haveria quinhentos mil licenciados desempregados em direito e quejandos ( sociologias , psis e histórias , gestão e economias ) à espera de entrar no paraíso , e as pessoas teriam se qualificado ( qualificação que na maior parte das vezes nem teria passado pela hiper valorizada escola teórica-perda de tempo e competências , até , na escola que passa toda a gente )em coisas que deveras precisamos. comezinhas , comexinhas de comer , logo , necessárias...
    reflictam , que eu não digo assim tantas parvoíces. para dona de casa..

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  8. Eduardo:

    Quando vou ao meu banco com uma certa quantia e digo que a quero utilizar para amortizar a minha dívida, o funcionário que me atende faz tudo por me dissuadir e por me convencer a empregar esse dinheiro em produtos financeiros. Porque será?

    Obviamente, porque o que eu pago de juros pelo meu passivo é mais do que o que recebo de rendimento pelo meu activo. O funcionário está a defender o interesse do banco, como lhe compete, e não o meu.

    Mas o que fica claro é que o banco precisa mais de devedores do que de credores. O mesmo que vale para mim vale para o dinheiro que emprestam aos Estados.

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  9. Ou dito de outra forma: os bancos precisam do Estado Social como de pão para a boca.

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