domingo, 14 de março de 2010
Previsibilidade política e poder presidencial
Alguns pensam que, como os presidentes não têm poderes executivos, é espúrio os candidatos apresentarem plataformas com as suas orientações face à governação. Puro engano. Para sabermos o que esperar da função presidencial é necessário conhecê-las: caso contrário não saberemos o que esperar da magistratura de influência, dos vetos, dos pedidos de fiscalização da constituicionalidade das leis, etc. Além dos manifestos eleitorais, outras fontes para conhecer tais orientações estão no passado político dos candidatos. Aqui Alegre bate Nobre por KO: este não só não tem lastro político, como se afirma como não sendo de “direita, esquerda ou centro”.
Claro que, por ser um puro outsider, Nobre poderá capitalizar mais com algum tipo de descontentamento face aos partidos. Porém, isso é claramente insuficiente para ser o challenger de Cavaco: se não é útil para os candidatos estarem demasiado colados aos partidos, também é praticamente impossível ganharem sem apoio partidário de peso. Por tudo isso, muito provavelmente, o PS irá (mais ou menos convictamente) apoiar Alegre.
Originalmente publicado no Diário Económico de 13/3/2010.
Ora: temos um candidato de direita, um que não é de coisa nenhuma, e outro (aquele que defende) que é da esquerda que ele considera possível (que não é, de todo esquerda). Resumindo: não há candidato de esquerda. Estamos falados.
ResponderEliminarEstamos falados? Só se for na conversa Manuel Vs Freire, o Manuel resolva calar-se. Porque "isto" ainda não começou, reservo-me para mais tarde, na altura certa.
ResponderEliminarSoa-me um bocado que o Manuel Alegre vai provar do próprio veneno. Toda a conversa "anti-partidos" da pessoa que avançava sozinho apenas com o apoio das pessoas, vai ser o mote de Fernando Nobre, que se se portar bem, ainda pode dar uma volta inesperada às contas.
ResponderEliminarNo entanto, parece-me que por agora, Manuel Alegre é O candidato da esquerda, embora este lugar possa não ser eterno...
Rogério: por agora estamos falados. E duvido que haja muitas surpresas no futuro.
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