quarta-feira, 24 de março de 2010

Descubra as diferenças


Dois frente-a-frente na TV. Um do PSD, outro do PS. Ambos bons comunicadores, falantes articulados, políticos profissionais. Dedica-se o do PS a clarificar a sua doutrina. Na sociedade que o PS defende, diz ele, o Estado não se envolve na actividade produtiva (por isso mesmo as privatizações não o chocam nem o preocupam). O Estado é importante sim senhor, mas para garantir sistemas públicos de educação e de saúde.

Responde o do PSD. Pois claro, nós também. É claro que deve haver uma rede de segurança que garanta mínimos de acesso à educação e à saúde. De resto nós somos sociais-democratas e tudo.

Ficamos assim. O do PS não quis levar a discussão mais longe.

Mas eu fiquei a remoer aquela dos “mínimos”. O PSD, como toda a direita europeia, já não ousa propor o que propunha. Já não diz “quem quer saúde paga-a”, ou “quem quer reforma faz PPRs”. Não, agora é Serviço Nacional de Saúde, sistemas de pensões públicos, pois claro. Mas… “mínimos”.

Ora é no “mínimos” que bate o ponto. O PSD quer uma escola e um hospital (que até podem ser públicos) para quem não pode pagar e outra escola e hospital para quem pode. A escola e o hospital públicos serão mais baratinhos (e de qualidade mínima) e ao alcance da bolsa de um Estado mais pequenino que cobra menos impostos.

O PSD que diz querer uma rede de protecção para os mais fracos não diz, mas, na realidade, quer uma sociedade dividida entre os que podem pagar e os que não podem pagar aquilo que estabelecemos como um direito de todos: a educação e a saude decentes, não as mínimas. Uma sociedade assim é o que antigamente se chamava uma sociedade de classes: uns têm direitos, outros não.

E o PS, o que quer? Olhando para a televisão fiquei sem saber. Suspeito que está divido. Acredito que haja ainda no PS quem queira um Serviço Nacional de Saúde e um Sistema Público de Educação de qualidade, inclusivos, multi-classistas, e também quem seja mais pelos “mínimos”.

5 comentários:

  1. Estes 'dois' partidos são uma coisa esquisita.
    Parecem um só que partiu, dividiu - se calhar por se terem partido é que são 'partidos'.
    Parecem aquelas vivendas geminadas... São iguais em tudo só que uma é o 31 Esquerdo e a outra é o 31 Direito. E os donos (ocupantes) que até tem laços de parentesco, às vezes até se confundem quando estão a dizer a morada aos amigos... baralham-se, não com o 31, mas com a Esquerda e a Direita,têm de pensar sempre duas vezes. Serão problemas de lateralidade?
    E ainda como nas 'velhas' famílias zangam-se muito entre eles, mas depois unem-se sempre para se defenderem dos 'outros'.
    No fundo, é sempre o nós e os outros, E nas 'velhas' famílias o nós conta muito. Porque para os outros quando eles se unem é sempre um '31'.

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  2. Descobrir as diferenças entre o PSD e o PS é uma tarefa impossivel, tanta e tão grande é a comunhão de ideias entre eles.
    Afinal não é á toa que o secretário geral do PS começou a sua vida politica (maldita a hora....)no PSD e sem mais passou para o PS.
    Hoje, aliás, todos eles, do PS, bem podiam trocar de camisola que ninguém reagia por tão siameses que eles são.
    Cá por mim, porém, antigo militante do PS (por pouco tempo e só até abrir os olhos e ver a corja que me rodeava...chiça...)o socrates não é mais do que um submarino do PSD enviado para dar cabo do PS e, muito pior que isso, do pouco que resta do país do 25 de Abril onde dava gosto viver (o que, diga-se, conseguiu embora muitos ainda não tenham dado conta disso.
    Deixem lá meninos e meninas que qualquer dia aterram, batem com os c... no chão e acordam.
    Pode ser que então mandem o socrates, o PS, o PSD e o CDS para um sitio que não digo mas que já se sabe para onde é.

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  3. Não, não é isso que estão a pensar.É para a oposição.

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  4. Que não existem diferenças nem ideias no PS, PSD e CDS, já não é novidade.

    O que me surpreendeu foi o PEC apresentado pelo BE, que domonstra claramente que também já faz parte do grupo.

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