“A lógica é simples. Na doença, as pessoas vêem-se numa situação de extrema fragilidade, uma situação corrosiva para si próprias e para o corpo social. As melhores hipóteses de recuperação do bem-estar dependem da montagem prévia de mecanismos de protecção eficazes, a que todos, sem excepção, tenham acesso. O Estado, através de um contrato social com os cidadãos assente na cobrança de impostos progressivos em troca do fornecimento de serviços públicos adequados às necessidades das populações, organiza a gestão dos recursos, bens e equipamentos que melhor podem garantir a universalidade do acesso e a qualidade destes serviços. Deste modo, o financiamento do serviço prestado é feito em função dos rendimentos de cada um, e não do seu estado de saúde, para que, em contrapartida e sempre que necessário, os cuidados de saúde recebidos dependam apenas do estado de saúde de cada um, e nunca do seu nível de rendimentos. É esta a lógica do Serviço Nacional de Saúde (SNS).”
O resto do artigo da Sandra Monteiro - “Reconfigurações da saúde” - no Le Monde diplomatique – edição portuguesa deste mês pode ser lido aqui. Se estiverem interessados na questão que vem na capa, não percam. Isto e muito mais. O mais só comprando o jornal. Façam-no e vão ver que não se arrependem. O melhor mesmo é assinar. Estão a ver? Ainda dizem que a esquerda é contra os mercados. Nada disso. Mercados, assim no plural, porque mercados há muitos e configurados de muitas formas, nos seus espaços próprios (há muitos bens cuja provisão pode e deve ser instituída de acordo com os melhores princípios socialistas) e povoados por diversas organizações: no Le Monde diplomatique somos uma cooperativa. Há muitos modos de (in)formar.
[Publicado, originalmente, no Arrastão]
É verdade, caríssimo João, o Estado deve ter a responsabilidade de garantir os cuidados de saúde a todos os cidadãos, em particular apoiando os mais fragilizados socio-economicamente.
ResponderEliminarEstá, pois, na ordem do dia a questão da economia social como alternativa à velha dicotomia entre Público e Privado, como nos dizia num dos números anteriores essa excelente publicação “Le Monde Diplomatique”. Com efeito, este jornal com artigos de fundo, já raros neste mundo mediático feito de “meias palavras” e de “slogans encantatórios”, é disso um bom exemplo!
Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
http://www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt
Convido-te a reproduzir e a assinar este Manifesto em defesa da Democracia e do PS :
ResponderEliminarhttp://www.peticaopublica.com/?pi=P2010N1319
Quem está preocupado com estas desgraçadas cumplicidades da direita trauliteira com a esquerda irreesponsável, tem o dever de tomar partido e de se manifestar!