Na mensagem que acaba de dirigir ao País, o Presidente da República vem juntar a sua voz institucional ao coro dos neoliberais que estão mais interessados em levar as economias europeias de volta à espiral deflacionista do que em submeter o sistema financeiro ao interesse nacional obrigando os bancos a conceder crédito de curto prazo às pequenas empresas e lançando um grande programa de criação de emprego através da colaboração dos vários níveis da administração pública com as instituições particulares de solidariedade social.
Bem vistas as coisas, para Cavaco Silva a compaixão com os desempregados traduz-se (em plena crise) na redução imediata do défice público.
Temos pois o Presidente da República a dizer ao Primeiro Ministro que discorda da sua insistência no investimento público e que nesta matéria não há escolhas políticas, apenas é preciso aplicar rapidamente o que a "ciência económica" diz ... e ter coragem política para o fazer.
Tenho pouca informação, e muitas dúvidas, quanto aos efeitos da proposta de Orçamento do Governo sobre o emprego. Mas do que não tenho nenhuma dúvida é que o Presidente da República acabou de fazer uma pressão política muito explícita sobre matéria que é da exclusiva competência do Governo.
Ou seja, politicamente, 2010 começa mesmo mal.
Gostava de saber que parte(s) do comentário de Cavaco Silva é que considera associadas ao coro neoliberal (ou basta alguém falar no défice e mostrar se preocupado para ficar associado), e onde exactamente se intrometeu ele na competência exclusiva do governo. Que eu saiba fazer o Orçamento é competência da Assembleia, e a execução do Governo.
ResponderEliminarFazer o Orçamento é da competência do Governo e do seu Ministro das Finanças.
ResponderEliminarDaniel, não sabe nada de competências. Ainda bem que há anónimos. Não ouvi uma palavra ao CAvaco que não assentasse na lógica que nos conduziu à crise. Nem uma palavra de arrependimento.
ResponderEliminarCaro Jorge Bateira,
ResponderEliminarEu acho o debate político muito importante para a formação de consensos sociais que orientem, na medida do possível, a via política do nosso país. Mas a verdade é que já não há pachorra para comentários como o seu! Já não há pachorra para comentários popularuchos que podem ser bradados aos céus mas que passaram sempre impunes dado o facto de nunca terem de ser efectivamente postos em prática e, obviamente, falharem..
Num país onde claramente se consome mais do que se produz, e que consequentemente vai aumentando a sua dívida externa, qual é a sua sugestão? "criação de emprego através da colaboração dos vários níveis da administração pública com as instituições particulares de solidariedade social".
Isto não se chama criar empregos, chama-se inventar empregos, chama-se tapar o sol com a peneira...
Para além disso, estes empregos que você pretende "inventar", não poderiam ser temporários, certo? pois você, deduzo, é contra a "precariedade", teriam de ser como todos os empregos públicos não temporários, ou seja, ETERNOS.
Resultado, continuaria-se a afectar mais e mais recursos para sectores que não produzem qualquer riqueza passível de ser exportada por forma a compensar o nível de vida a que nos habituamos, e ainda criaria uma nova fornada de funcionários públicos, cuja a rentabilidade marginal seria dúbia, muito mais o custo de oportunidade de os termos, mais tarde ou mais cedo, no sector produtivo. Esta nova fornada, sustentada por um acréscimo dos impostos às famílias e às empresa, iria impor mais pressão sobre as importações (tal como impomos todos).
Ou seja, se utopicamente você tivesse a possibilidade de por em prática a sua demagogia, o monstro do estado cresceria (sim porque ele existe) e os impostos também, e as famílias e as empresas que já se começam a fartar de alimentar o monstro, aumentariam o ritmo de fuga deste país à beira mar plantado.
Portanto, eu sei que a tentação de tentarmos passar uma imagem melhor do que a que realmente temos, utilizando para isso umas palabritas bonitas e tal, é grande.. mas como diz o povo.. de boas intenções está o inferno cheio.. e portanto deixe-se de debitar esta treta..
Bruno Silva, não há pachorra é para comentários como o seu, sempre pronto a defender a honra dos ladrões (não os de bicicletas)e a pugnar pela incontornável continuidade do roubo. Você a ladrar parece ter cócegas de Medina Carreira, mas o seu produto já não vende. Vá mas é inovar em vez de vir com as tretas do costume!
ResponderEliminarSe sabe de ladrões vá os denunciar à polícia.. não acha que faz sentido?
ResponderEliminaré mais útil do que estar para aí a ladrar anonimamente...
Por que motivo diz que os neoliberais estão interessados em espirais deflaccionistas? Qual o sentido disso?
ResponderEliminarEu quero é ver quando toda a "morfina" injectada na economia pelos estados começar a gerar inflação, tradicionalmente dois anos após o acto, quando as taxas de juro subirem em flecha para a combater, e quando muita gente começar a ficar com sérias dificuldades para pagar a casa, estes ferrenhos defensores das ditas injecções vão arranjar novas justificações para culpar o neoliberalismo, a banca e o grande capital... como é obvio.. nenhum deles terá certamente a hombridade de dizer que, de facto, este aumento elevado das taxas de juro decorre das intervenções estatais de há dois anos.
ResponderEliminarAtenção que não estou a dizer que não tivessem sido, em parte, necessárias, estou apenas a evidenciar a vossa atitude mesquinha e ridícula de atribuir ao neoliberalismo todos os males do mundo...