quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Prós, Prós, Prós...

"Não há outros economistas? Não há outras teses, outras propostas, outras formas de olhar para os problemas? Onde estão os jovens economistas de esquerda? Não existem? Em Junho e Julho deste ano subscreveram-se três documentos públicos contra e a favor dos investimentos públicos em grandes obras públicas. Onde estão essas pessoas com visões diferentes das que são sempre convidadas para dizer sempre as mesmas coisas? Não há verdadeiro debate sobre economia. Há a política económica que a direita preconiza. Não conhecemos outro tipo de alternativas. Não se lhe dá voz." Concordo com Sofia Loureiro dos Santos do blogue A regra do jogo. Vítor Neves também aqui chamou a atenção para a falta de pluralismo no debate público sobre economia.

Onde está o serviço público? No último Prós e Contras, Fátima Campos Ferreira mostrou que Manuela Ferreira Leite fez escola: desprezo pela democracia e pelos sindicatos, os grandes obstáculos às "reformas", já se está a ver. O seu diálogo inicial com João César das Neves, que combina como poucos fundamentalismo económico e religioso, fez-me lembrar, sob a forma de farsa, a tragédia que terá suportado a ditadura em Portugal: tudo começou pelo desprezo pela "balbúrdia" da democracia e pelo pretexto de pôr as contas públicas na ordem. E medo. É preciso que as pessoas tenham medo, disse César das Neves. Vou escrever ao provedor do telespectador a protestar: esta falta de pluralismo no debate económico não se admite. Quando a mesma pouca-vergonha se registou no Público, o provedor do leitor esteve à altura das circunstâncias.

7 comentários:

  1. Mais um exemplo:

    http://www.ionline.pt/conteudo/35578-eles-estao-preocupados-e-tem-25-propostas-recuperar-o-pais

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  2. É por estas e por outras que o PREC nunca acabará ...

    Normalizados e estandardizados ? Eu diria inócuos e sem ideias.

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  3. Acbo de ver na SIC uma entrevista surpreendente: a propósito do relatório do FMI recentemente divulgado,e da ideia nele preconizada da necessidade de um governo forte e duradouro, o entrevistador perguntava se se a nossa constituição não estaria desajustada (!!!). Mais à frente o mesmo entrevistador perguntava se na sequência de graves problemas sociais em causadas pelo desemprego não poderá ocorrer uma mudança de regime (!!!). Parece-me que aquele relatório, ele em si já bastante atrevido, está a inspirar alguns espíritos transformadores ...
    Preocupante, parece-me.

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  4. Vi o programa e estava à espera de "pior" por parte do César das Neves. Apesar de estar à espera de pior o que ele disse não me deixou de chocar.

    "É preciso que as pessoas tenham medo."?

    Nota-se que existe muita gente que ainda não se adaptou à democracia.

    Fiquei particularmente bem impressionado com Augusto Mateus noeadamente com a sua contra-resposta: "Não tenhamos dúvidas que o sistema democrático é o melhor para resolver os problemas em sociedade".

    O que é preciso não é que as pessoas tenham medo. É preciso é que a economia esteja ao serviço do poder político/ do povo e não o contrário como é o que sucede hoje em dia.

    Claro que têm de ser atitudes concertadas a nível mundial o que está muito longe de acontecer diga-se de passagem.

    É preciso que haja uma diminuição da desigualdade em Portugal e no Mundo. No entanto, prevê-se que um imposto cego vá ser aumentado dentro de pouco tempo em Portugal, o IVA neste caso. Enquanto que impostos sobre transacções financeiras=0.

    Será que se modificaram as causas que deram origem a esta grande crise? Na minha perspectiva de leigo digo que não.

    A continuar assim, o desastre é certo, é apenas uma questão de tempo...

    Nessa altura até o próprio César das Neves vai ter medo...

    Cumprimentos

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  5. Acho que todo o debate está preso a preconceito errado - A ideia de que o Estado é uma entidade supra ou extra sociedade.

    Não digo que actualmente não seja um pouco assim. Mas o Estado é, acima de tudo, e é isso que deve ser, um mecanismo criado pela sociedade para resolver os seus problemas como sociedade. As sociedades reservam a alguns a missão de organizarem certas coisas porque a própria sociedade percebeu que cada um por si não resolvia esas coisas.

    A partir daí, o Estado é uma instituição, como o mercado, que a sociedade criou para resolver algo.

    Quando se pede menos Estado, eu contraponho - mais democracia...o voto é simplesmente um sistema de escolha como o sistema de preços, mas quanto a mim, muito mais justo...´

    Quando partimos daqui, todo o debate muda de configuração...

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  6. Fantástico post! escreva já ao provedor da RTP e peça-lhe, exija mesmo que retirem a sra socialista Fátima Campos Ferreira da nossa frente!É que seria suposto um jornalista ser imparcial "tal como seria necessário ao jornal Público" não me parece é que você use apenas 1 peso /1 medida.Ah mas gostei de se ter lembrado do Zé màrio.Rosa R

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