Acabei de ver dois minutos de um programa semanal de debate na SIC-Notícias chamado plano inclinado. Nuno Crato: peso desmesurado do Estado. João Duque: peso desmesurado do Estado. Mário Crespo: peso desmesurado do Estado. Medina Carreira: peso desmesurado do Estado. Desliguei. Eu gosto de debates.
A comunicação social está dominada pela elite. Tudo o que não alinha pelo sistema - criado pela elite - é ridicularizado até ao absurdo. Logo, seria absurdo para qualquer estação televisiva dar demasiada atenção a ideias alternativas.
ResponderEliminarO que temos são "quórums" de alinhados ao centro e direita, ditando e definindo a dita "normalidade" da nossa sociedade, economia e individualidade.
Devido a isto, o nome "plano inclinado" assenta muito bem. Inclinado à direita ... a força de gravidade faz o resto.
Ah Medina e Crato esses perigosos direitistas elitistas... isto só pode ser comentário de quem desliga a tv quando ouve o que não gosta. Por muito que custe a acreditar, o Muro não caíu para o lado de cá...
ResponderEliminarI. O pá; não sejas ridículo, eu desliguei ainda antes de ouvir o quer que seja do Medina Carreira e do abutre do Duque; sobre o Crato não digo nada porque é um gajo que se explica a si próprio.
ResponderEliminarII. Até se compreenda que um pensamento mediado pelo abstracto dos mídia e das categorias capitalistas redunde em aporias, parodoxos dos este post acaba por trazer a lume. Claro que há um peso desmesurado do Estado; mas claro que também há um peso desmesurado da ideia fectichizada do Estado. Para Duque será certamente que o Estando ainda é um entrave à mercantilização extensiva; para Crato o Estado certamente tem uma actuação nefasta ao corromper os benévolos incentivos micro-económicos sobre os agentes; para Medina o Estado é acimad e tudo um esbanjador de recursos.
III. Claro que, em plano inclinado, nem todas o fraseado quer dizer a mesma coisa! E destas três posições até se podia fazer uma ordenação. Medina será certamente o gajo com mais razão, mas já não estuda o suficiente, já está velho, e não tem arrojo para partir do que constata com soluções viáveis; Crato é um matemático remediado, mas como está metido numa escola de económicas, aderente ao paradigma do equilibrio, tudo devia ser feito para que a realidade social se mostrasse mais de acordo com a sua profícua investigação nas áreas dos seguros, capital humano e afins... não o contrário; Duque é uma triste figura, homossexual não assumido, pensa que o mundo só vai lá se a gente souber onde meter a moedinha: dos transportes ao ensino de línguas.
IV. Sendo a única ideia que vale a pena pegar aquela que cavalga sobre um Estado esbajador de recursos, um Estado que fomenta a desigualdade, plataforma para o enriquecimento ilícito, a desmesura, a húbris da sociedade portuguesa, um programa económico de progresso deve assentar sobre uma refundação económico-administrativa dessa armadura, eventualmente herdando-lhe os lugares de instituição, mas pouco mais --- rumo a uma nova prática dominante.
Caro Tripa, é claro que é muito mais fácil ir por esse caminho dualista na sua analogia. Mesmo assim tenho-lhe a dizer que as pessoas na URSS, no antigo bloco de leste, também tinham a liberdade de desligar a TV. A questão que se põem aqui não é essa.
ResponderEliminarA questão passa por entender a razão para os meios de comunicação produzirem conteúdos com "plano inclinado" por pessoas com "plano inclinado". Isto não tem a ver com os intervenientes no ecrã, mas sim com as pessoas fora do ecrã que os escolhem. Get it ?
Para além disso, os direitistas são os primeiros a dizer que temos de ser governados por uma elite se não estamos condenados à loucura da revolução e do caos - leia tocqueville ou afins- . Não é a esquerda que o diz ...
A grande diferença é que um lado luta contra a elite no poder - tentando incluir indivíduos com ideias sobre como resolver problemas reais em vez de criar mais problemas políticos - enquanto o outro lado tenta manter essa mesma elite no poder. Imagine qual é uma das técnicas utilizadas para o fazer ? Uma das respostas: Através da comunicação social.
Muita gente gritaria: "mais uma teoria da conspiração". Eu responderia com Occam Razor e diria que a dita "teoria da conspiração" é uma das resposta mais óbvias, logo uma das mais exequíveis.
Já agora, não acredito em muros. Mesmo assim, há muito que os merecem, e quando caem, caem para os dois lados ...
olhe , sei lá...é triste ver como os meninos continuam a brincar à bola e às palavras e à bolsa ou a outros simulacros de guerra , enquanto esperam que a mãe lhes faça o jantar. e que tenha ido ás compras e que tenha posto a mesa e essas coisas todas misteriosas e chatas que acontecem na cozinha .
ResponderEliminarqual debate queria ver , caray ? que viesse um dizer que corrupção ainda pode crescer mais um bocadinho e que então é preciso aumentar o estado? Fonix , prós cegos das ideologias e crentes na natureza angélica do homem criança.
são precisos é adultos autónomos , gaita , que saibam procurar o equilibrio entre aquilo que já sabemos que somos , maus e bons , tudo ao mesmo tempo.
Minha cara, os adultos tornam-se autónomos quando adquirem um certo grau de independência. Porquê ? Porque atingem um certo grau de sabedoria que lhes permitem tomar opções conscientes.
ResponderEliminarSe essas opções conseguem modificar eficazmente a nossa sociedade para melhor, isso é motivo de debate. Há quem acredite que a simples causa/efeito responde a muitas dessas perguntas.
De qualquer forma existe um questão incontornável: Quanto maior for o grau de sabedoria - conhecimento e experiência - mais consciente será a opção.
Isto para dizer que para chegar a um bom numero de "adultos autónomos" precisamos de elevar esses adultos a um alto nível de conhecimento e experiência. Só assim se poderão tornar autonomamente responsáveis.
ah , pois , croki , só que eu acho que muito poucas pessoas perceberam que só a autonomia trás verdadeira independência. cozinha? agricultura? micro ? macro?
ResponderEliminarautonomia é feita de coisas básicas , comezinhas.e comezinho não significa pouco importante , apenas aborrecido , repetitivo e banal , e vocês nem sempre estão para isso. de aí nunca termos chegado à liberdade com vocês homens , sempre ligados ao sexo dos anjos por puro prazer da polémica e da guerra.
E descuram aspectos muito importantes atrás de novidades e conquistas e grandes obras e potlachs tipo tgv e estádios da bola.
Em casa sou eu quem vai às compras, faço o jantar e vou buscar a filha quando é preciso. As tarefas são divididas e as decisões são tomadas de igual para igual.
ResponderEliminarQuanto ao sexo, dou-me melhor com o da minha mulher do que com o dos anjos ...
Mas tem razão, nem todos estão para isto.
Ainda não vi o tal programa com o improvável trio (nem sabia que Nuno Crato também era especialista em Física).
ResponderEliminarÉ conhecido o proverbial pessimismo de Medina Carreira quanto à “inviabilidade do país”, que “cresce pouco e menos que a média”, que “com menos Estado” isto seria uma maravilha.
Não sai das lamentações.
E pode correr-se até ao fim do mundo, sempre atrás da “modernização e competitividade das empresas”, que as quimondas continuarão a parar, layoffs a acontecer, deslocalizações idem. À nossa volta continua a produzir-se para abandonar no campo, enterrar, desperdiçando tempo, sementes e energia; continua a construir-se mais e mais, em vez de recuperar e preservar, não obstante meio milhão de casas abandonadas…
É o modelo “mainstream” que está em plano inclinado. Mas “eles” não se questionam, nem deixam que os questionem…
de Crato só sei que não aprecia a concorrência, o que é curioso para quem diz defendê-la
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