quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Tudo pelo melhor nas bolsas ou sobe, sobe, balão sobe

O índice Dow Jones quebrou ontem a “barreira psicológica” dos 10 000 mil pontos. Eles querem agora voar aos picos de 2007 (14 000). A exuberância irracional voltou.

Está a chegar muito dinheiro às bolsas de todo o mundo. Mas significa isto que está a haver muito investimento – daquele que cria emprego e gera rendimento? De forma nenhuma. O que está a chegar às bolsas é dinheiro que inflaciona o valor de activos já existentes e aumenta apenas a riqueza de quem os detém e dos que os transaccionam.

Mas a “indústria” financeira alimenta-se disto e dos milhões públicos. Como se vê traz-nos a todos reféns. Apesar de muito palavreado a normalidade exuberante está a regressar à finança. Más notícias.

6 comentários:

  1. E ninguém vê nenhuma relação com o crédito fácil por criação de moeda introduzido pelos Bancos Centrais?

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  2. Foi paixão à primeira vista. Uma adrenalina sem fim. Pedro Caldeira, afastado dos mercados desde 1992, não disfarça a saudade. "Tenho imensas saudades da bolsa", diz Pedro Caldeira... no Jornal de Negócios.

    Os senhores economistas (neoliberais/neoclássicos) que me desculpem mas onde está a racionalidade, na paixão e na adrenalina, no pânico e na ganância?!?

    A pretensa racionalidade que usam para analisar comportamentos e eventos que nada têm a ver com o plano racional (paixão e adrenalina segundo o Pedro Caldeira) é que me parece desadequada na Economia....por outro lado, na Econometria....também faz todo o "sentido"!!!

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  3. Miguel Fabiana

    Pondo de lado que a origem da especulação excessiva por causa do crédito fácil por pura criação de moeda...culpa de um sistema monetário-bancário baseado no monopólio de emissão de moeda pelos Bancos Centrais e a capacidade que concedem aos bancos de criar moeda para conceder crédito em vez de pura intermediação de poupança prévia. Depois aparecem as bolhas e as crises. Não se queixem, a culpa de quem ´se recusa a pensar sobre o assunto.

    Quanto ao mercado de capitais, como a da lota de peixe, é um centro de formação de preços dentro da incerteza inerente à existência humana.

    Existe quem consiga e goste e tenha jeito para viver nesse centro e quem não tenha.

    Se pensar bem no assunto, no mercado , milhões de pessoas com percepções diferentes sobre o que vai ser o futuro de preços encontram-se. A especulação é uma espécie de luta real entre diferentes percepções.


    Nesse sentido é fácil perceber a atracção de uns e a incapacidade de outros.

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  4. Caro CN,

    A minha irmã mais nova é psicóloga clínica e costuma dizer que o conceito de perversão anda excessivamente mal compreendido; uma perversão não é necessariamente "má", mas garantidamente não aporta nenhuma qualidade negativa quando (garantidamente) não interfere negativamente na vida de (absolutamente) ninguém e de cousa alguma.

    Posto isto... "A especulação é uma espécie de luta real entre diferentes percepções"

    Presumindo que nessa "sua" especulação, há sempre uma "vítima" (com ou sem consentimento e independentemente das respectivas motivações para consentir)... presumo que se eu tivesse alguma formação jurídica, diria afirmativamente que se trata 'de juris' de um Crime Público porque 'de factu' é disso que se trata: um Crime Público !

    Como não tenho conhecimentos jurídicos, posso partilhar a minha opinião, através de umas perguntas que lhe dirijo e não espero resposta: quanto dinheiro é que perdeu na Bolsa??? Para onde foi esse dinheiro??? de onde é que vinha (tinha sido obtido) esse dinheiro???

    ... pois é: quem com ferros mata, com ferros morre!

    É como dizem os Psicólogos: o "desejo" pelo dinheiro ou a sublimação da pulsão da morte!

    ... demasiado infantil e imaturo ; digo eu !

    Abraço,
    Miguel

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