segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Os baldios e as empresas...
A espécie de prémio Nobel a Elinor Ostrom reconhece uma cientista política que se dedicou a refutar as previsões lúgubres sobre a (im)possibilidade da acção colectiva, enfatizando a viabilidade dos vários comuns (de que os nossos baldios são um exemplo) a partir, por exemplo, do reconhecimento de padrões comportamentais marcados pela reciprocidade. Ernst Fehr, que tinha sido a minha escolha entre os favoritos, tem uma linha de investigação com muitos pontos em comum, como se pode ver por este livro onde Ostrom também participa e com um excelente artigo. A espécie de prémio Nobel a Oliver Williamson, por sua vez, reconhece uma linha de investigação dita neo-institucionalista: “no principio era o mercado”, ou seja, as instituições não-mercantis, como a empresa, são o resultado de respostas mais ou menos racionais a falhas de mercado. Uma idealização mercantil que se pode transformar em pura apologia das instituições do capitalismo. No entanto, tem o grande mérito de ter posto muitos economistas a falar de instituições, para lá de lugares comuns sobre o Estado e o mercado...
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