“A Universidade Nova de Lisboa organizou esta semana um interessante colóquio intitulado ‘Ética, Crise e Sociedade’. A ideia consistiu em juntar filósofos, economistas e outros cientistas sociais para tentar aquilatar da eventual existência de ‘falhas éticas’ por detrás da crise de base financeira cujas repercussões continuamos a viver”. Vale a pena ler a crónica de João Cardoso Rosas no i, que sintetiza a sua intervenção no referido colóquio. Eticidade das instituições sem esquecer o papel da responsabilidade individual. Foram dois dias de debate graças ao empenho de Gonçalo Marcelo e de Michel Renaud.
Talvez um liberal de esquerda e um socialista possam simplesmente convergir com Marx – “Os homens fazem a sua história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade, em circunstâncias escolhidas por eles próprios, mas nas circunstâncias imediatamente encontradas, dadas e transmitidas” – na batida questão da agência e da estrutura? Talvez possam também convergir na recusa da neutralidade das instituições económicas (a ficção do mercado como simples mecanismo de agregação de preferências dadas, por exemplo), quer nos seus efeitos éticos, quer nas justificações que são requeridas para as construir e para as modificar? Esta convergência pode continuar na superação das barreiras artificiais que separariam a esfera da política da esfera da economia e acabar na defesa da democratização das relações no espaço da produção?
Sobre este último tema leia-se o livro Democracia Económica de Ladislau Dowbor (uma versão está disponível gratuitamente aqui). Também tenho muitas questões a colocar-lhe.
O link do "Democracia Económica" não funciona. O livro está em http://dowbor.org/08demoecovozes.doc .
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