Segundo as sondagens, quer o PS quer o PSD têm possibilidades de formar governo no próximo mês de Outubro. Entretanto, os indicadores (mais ou menos avançados) dizem-nos que é quase certo o retorno ao crescimento económico, ainda que débil, já no próximo ano.
Por conseguinte, para muitos analistas o pior da crise já passou. Evidentemente. Não estão desempregados. De facto a crise do Emprego tem um horizonte bem diferente da crise do Produto. Em alguns países, a despesa com o apoio (dito temporário) à manutenção do emprego não parece poder aguentar-se por muito mais tempo. Os défices são alarmantes para as empresas que fiscalizam e avaliam as dívidas. Por isso, paradoxalmente, o pior da crise no que toca ao Emprego ainda está a caminho (ver Alemanha).
Acresce que os efeitos sobre o sistema financeiro provenientes do incumprimento das empresas falidas, sem acesso ao crédito, estão ainda por se manifestar plenamente. Não é por acaso que Nouriel Roubini fala de um horizonte de crescimento medíocre com possibilidade de novas crises nos próximos anos.
Por outro lado, os enormes desequilíbrios comerciais e financeiros acumulados à escala global, sobretudo entre os EUA e a China, permanecem. Na própria UE a Alemanha mantém-se agarrada à opção de crescer à custa das exportações. Para os mais distraídos, é conveniente lembrar que se a Alemanha quer continuar a acumular excedentes nas relações com os restantes parceiros europeus, estes terão de acumular a contrapartida, os défices. Quer dizer, terão de continuar a endividar-se. Por conseguinte, o crescimento europeu continuará medíocre. As exigências de Bruxelas para que voltemos às “finanças saudáveis” só podem ser ignoradas. Uma coisa é a retórica ideológica dos comissários, outra a dura realidade de um limiar de despesas incompressíveis. Ainda assim, com este discurso, só se agrava o clima depressivo.
Na realidade, os desequilíbrios comerciais/financeiros no seio da própria UE só têm solução no quadro de um acordo global em que a Alemanha esteja disposta a deixar crescer o seu mercado interno (melhores salários, mais emprego), abrindo-o às importações com origem em países europeus que compram automóveis germânicos, mas não às dos países asiáticos. Ao que parece, este Mercado Único já não existe. A UE vendeu-se ao neo-liberalismo da Organização Mundial do Comércio.
Na Alemanha, os partidos do bloco central (CDU e SPD) há muito que não consideram o pleno emprego como o grande objectivo da política económica. Ambos aceitam a doutrina do liberalismo comercial, mesmo que assim se extingam milhares de postos de trabalho e se acabe com o que resta da indústria nos países do sul da Europa.
No meio deste clima sombrio não haverá nenhum sinal positivo? Confesso que só vejo um: na Alemanha, o partido Die Linke (A Esquerda) obteve 27,4% dos votos na Turíngia e 21,3% no Sarre. Excelentes resultados estaduais para um partido tão jovem. E são mesmo boas notícias porque o Die Linke rompe com as políticas do bloco central e toma a sério o pleno emprego como objectivo central da política económica. Vamos ver como se porta nas próximas eleições federais.
Em Portugal, aposto que o ambiente político, económico e social se tornaria menos sombrio no dia em que uma esquerda unida, credível, se apresentasse ao eleitorado colocando à cabeça do seu programa o objectivo do pleno emprego e recebesse uma votação da ordem de grandeza que o Die Linke recebeu naqueles estados. Confesso que é a única saída com futuro que vejo, para Portugal e para a União Europeia.
"no dia em que uma esquerda unida, credível, se apresentasse ao eleitorado colocando à cabeça do seu programa o objectivo do pleno emprego"
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Qualquer pessoa com dois dedos de testa está de acordo com esse objectivo. Fico é à espera que descreva como se chegaria a essa meta. Quais as acções a desenvolver. Proteccionismo? Manutenção na UE?
Ibéria, a Salvação de Portugal
ResponderEliminarEste blooge se destina a abrir os corações e mentes dos Portugueses, sobre as vantagens de se ter uma monarquia iberica moderna a mandar em nossos destinos. Esta mais que provado há mais de dois mil anos que não sabemos nos governar ( já diziam os romanos ..... ). Já agora mudamos de vez, passamos a dar vivas ao Rei Juan Carlos de Borbon, verão que ficaremos muito melhor servidos.
Viva o Rei de Espanha Juan Carlos de Borbon
Este é o nosso futuro chefe de estado, nosso Rei Juan Carlos de Borbon.
Portugal esta entregue aos bichos e maricas.
Temos uma oportunidade única, acabar com o estado Portugues, e nos tornarmos em uma provincia do GLORIOSO REINO DE ESPANA.
Nunca deveriamos ter nos tornado em País, maldito seja DOM AFONSO HENRIQUES até aos quintos dos infernos.
Quero aqui deixar meu repto; abandonemos a nacionalidade portuguesa e no transformemos em ESPANHOIS ORGULHOSOS.
Bem haja a todos.
Coveiro de Portugal
iberiaportugalespanha.blogspot.com
aguente aí os cavais , ok? é que emprego criado pelo estado é sempre um grande estorvo para os que de facto trabalham e produzem. normalmente significa fiscais e gente a mandar bitaites acerca de coisas das quais não percebem pevide . tipo economistas , não sei se me faço entender...
ResponderEliminarDeixem-nos em paz , gaita. ao estado cabe assegurar a paz entre os cidadãos e ponto. nós somos crescidos , não sei se já perceberam. um mediador de interesses é só o que nos faz falta. votava num estado mediador; dirigista? jamais.
morra o estado e depressa.
Podeis tentar associar o Die Linke ao BE português, numa galvanização artificial.
ResponderEliminarMas o Die Linke não é "um partido novo"... existe aliás, desde que estava no poder na Alemanha de leste. Com outro nome? Sim, e então?
É evidente que tem uma ideologia marxista-leninista bem marcada, e se há algum partido parecido ao Die Linke em Portugal será sempre o PCP.
E que bom é ver os partidos marxistas-leninista claros ganharem eleições e bons resultados eleitorais na Europa, como se tem visto no Chipre e na Alemanha!
Viva a Alemanha de Leste! Viva o Die Linke! Por uma nova Europa dos povos!
Caro "anónimo":
ResponderEliminarTalvez a sua ideia do Die Linke esteja um tanto distorcida.
O Die Linke é um partido fundado em 2007 a partir da fusão do PDS com o WASG. O PDS (Partido do Socialismo Democrático) foi formado, depois da queda do Muro de Berlim, em grande parte por ex-militantes do SED (Partido Socialista Unificado) que detinha o poder na RDA O WASG (Alternativa Eleitoral para o Trabalho e a Justiça Social) foi formado principalmente por sindicalistas e ex-militantes que abandonaram o SPD quando este foi dirigido pelo chanceler Gehrard Schroeder.
Formado, em parte, por ex-militantes do SED (de facto, 5% dos militantes desse partido integraram o PDS, enquanto que os restantes ou se afastaram da actividade partidária ou se filiaram noutro partido alemão), o Die Linke sentiu ser necessário esclarecer de forma inequívoca a sua posição acerca da RDA. Assim, considera-a como um projecto falhado e, num balanço muito crítico, destaca a injustiça da política e do sistema, a desconfiança sistemática da direcção política em relação ao próprio povo, a falta ostensiva de democracia e de respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos e a deficiente capacidade do sistema económico para satisfazer as necessidades de consumo da população.
Ou seja, O Die Linke é um partido que nasceu do reconhecimento do falhanço do “socialismo real” e da recusa da deriva neoliberal duma social-democracia conquistada pela “terceira via”. Tem uma direcção bicéfala, sendo um dos seus presidentes Oskar Lafontaine, ex-dirigente do partido social-democrata alemão. E está integrado no Partido das Esquerdas Europeias, do qual faz também parte o Bloco de Esquerda. O PCP não.
Caro António Cruz Mendes,
ResponderEliminarlamento informá-lo que está errado.
O P.C.P. e o Bloco de Esquerda estão no mesmo grupo que o Die Linke no Parlamento Europeu, o grupo das Esquerdas Unidas Europeias e dos Partidos Verdes Nórdicos.
Site oficial:
http://www.guengl.eu/showPage.jsp?ID=325
O partido Die Link tem comunistas, quer o senhor goste ou não.
O Die Linke for essencialmente formado pelo PDS (sucessor do SED) e do WASG.
E olhe até lhe digo mais, no Bundestag são proíbidos os partidos totalitários e neste momento, o Die Linke está a ser investigado pelo governo alemão para verificar se o Die Linke é ou não comunista e se poderá ou não estar no Bundestag.
Toda esta informação está disponivel no Die Linke, Wikipédia, etc.
Só para que fique informado, o PCP também condena as atrocidades que se fizeram na Europa de Leste, basta ler as minutas de todos os congressos desde a queda do muro.
Podemos falar das razões que levaram o SED a mudar de nome (e pouco de rumo) para PDS e porque formaram agora o Die Linke. Mas isso seria outro post.
Os meus melhores cumprimentos,
Caro António Cruz Mendes,
ResponderEliminarlamento informá-lo que está errado.
O P.C.P. e o Bloco de Esquerda estão no mesmo grupo que o Die Linke no Parlamento Europeu, o grupo das Esquerdas Unidas Europeias e dos Partidos Verdes Nórdicos.
Site oficial:
http://www.guengl.eu/showPage.jsp?ID=325
O partido Die Link tem comunistas, quer o senhor goste ou não.
O Die Linke for essencialmente formado pelo PDS (sucessor do SED) e do WASG.
E olhe até lhe digo mais, no Bundestag são proíbidos os partidos totalitários e neste momento, o Die Linke está a ser investigado pelo governo alemão para verificar se o Die Linke é ou não comunista e se poderá ou não estar no Bundestag.
Toda esta informação está disponivel no Die Linke, Wikipédia, etc.
Só para que fique informado, o PCP também condena as atrocidades que se fizeram na Europa de Leste, basta ler as minutas de todos os congressos desde a queda do muro.
Os meus melhores cumprimentos,
Faço minha a pergunta do CCz...
ResponderEliminar"Por conseguinte, para muitos analistas o pior da crise já passou. Evidentemente. Não estão desempregados." Este conjunto de frases diz tudo de uma pessoa. É um tique mesquinho este de querer denegrir moralmente o adversário. Nem é preciso ler mais.
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