quarta-feira, 6 de maio de 2009

Patrões exigem renacionalização!

Parece que não é só o Bloco de Esquerda a defender renacionalizações. Agora é o patronato nacional (através da AEP) a pedir a renacionalização de uma seguradora, a Cosec (controlada pelo BPI), especializada nos seguros de crédito às exportações. Ao que parece, devido à crise económica e ao maior risco de não pagamento, estas empresas reduziram drasticamente os seguros concedidos. A resposta racional deste sector está assim a transformar-se numa tragédia para a economia portuguesa que vê as suas exportações tornarem-se mais custosas. Gostava de saber o que pensam do assunto todos aqueles que, acriticamente, clamam contra o proteccionismo. Ou o proteccionismo diz só respeito às barreiras alfandegárias?

O espontâneo e descentralizado "contra-movimento" de protecção da sociedade face aos desmandos do mercado, teorizado por Karl Polanyi, está aí. Da esquerda à direita.

5 comentários:

  1. Back to basics 4

    Excelente comentário de CCZ sobre os efeitos da crise no comportamento do consumidor.Infelizmente o debate sobre o investimento público a Norte (expansão Metro, Regionalização) ainda não incorporou a nova realidade.

    Em Dezembro passado escrevia:

    Um individuo, uma familia, uma empresa, só são estatisticamente viáveis se forem «capitalistas», isto é, se acumularem «capital» derivado de terem mais activos do que passivos, se as receitas forem superiores aos custos, consumo improdutivo, juros, etc.

    O que se viveu nas últimas décadas no mundo Ocidental foi o desvirtuar do «capitalismo», via excesso de dívida para consumo e investimento pessoal, empresarial e estatal não produtivo ou pouco rentável: Desde a compra de habitação a preços especulativos, às fusões que aumentam quota de mercado, bonus de gestores e custos de gestão (mas matam a rentabilidade das empresas) até às bombas «high-tech» e caríssimas largadas no Afganistão sobre rebanhos de cabras. Dai as falências das famílias, bancos, empresas e eventualmente Estados.

    Para solucionar, é necessário regressar ao básico, à frugalidade, ao «capitalismo», à acumulação estrutural de capital, a activos e receitas substancialmente superiores aos passivos e custos. Apenas assim se vai absorver as perdas passadas. O Ocidente, Portugal e os portugueses terão que fazer o mesmo, antes ou depois de FMI ou a UE o dizerem. O excesso de Estado Social, as ineficiências na administração pública (300 autarquias, Estado Central concentrado em Lisboa onde o metro quadrado e salários são mais elevados), o desperdício via corrupção ou encomendas empoladas aos lobbis betoneiros terão que acabar, com ou sem revolta generalizada, com ou sem emigração em massa. A sustentabilidade regressará. Este é o caminho espartano, à chinês. É o caminho de quem efectivamente se desenvolve.


    http://norteamos.blogspot.com/2009/05/back-to-basics-4.html

    ResponderEliminar
  2. Deixemos de fora a regionalização, somos demasiado pequenos para isso, para além disso o país não necessita de mais uma classe política, talvez os partidos precisem!

    ResponderEliminar
  3. Parece que também o PCP defende um processo de renacionalizações dos sectores e empresas estratégicas, incluindo toda a banca comercial a título definitivo (se é que algo é definitivo, mas que no actual contexto se percebe o alcance que se pretende)

    Ricardo

    ResponderEliminar
  4. O problema é o resto que foi dito pela AEP:
    deve haver moderação salarial...
    http://blogarcadia.blogspot.com/2009/05/lata-descomunal.html

    ResponderEliminar
  5. não não é só o bloco.

    o PCP tem no seu programa a nacionalização de todos os sectores chave da economia antes sequer do bloco e da sua infinita presunção existirem

    ResponderEliminar