segunda-feira, 18 de maio de 2009

Austeridade sem fim?

Antes de a crise eclodir, até o Fundo Monetário Internacional já havia alertado para o fenómeno da perda de peso dos salários no rendimento nacional da generalidade dos países. Juntem a isto o aumento das desigualdades salariais e temos um contexto propício para que o consumo deixe de acompanhar a produção. Este é um dos elementos da crise. Os salários são um custo para as empresas? São. Os salários são fonte de procura? Também. Uma contradição que só pode ser superada politicamente. Não foi. A minha crónica semanal no i pode ser lida aqui.

O artigo de João César das Neves que eu menciono está disponível aqui. Sobre a questão dos salários em Portugal, não deixem de ler a crítica de Nuno Teles a Vítor Bento e este artigo de João Ferreira do Amaral. Para uma interessante reflexão sobre os salários nos EUA, com lições keynesianas gerais sobre os paradoxos da economia da depressão, vale a pena ler o artigo de Paul Krugman no i. A quebra dos salários é mesmo um problema geral e a economia neoliberal que a saúda também.

13 comentários:

  1. CLARO q como boa consciência deste capitalismo em pantanas, um keynesiano de pura gema, tem que vir avançar com a única saída possível: a SAÌDA são os salários; correcção, são a melhoria dos salários. ERRO. A saída são a melhoria das condições de vida. O salário real q vá tb para as urtigas.! Parece q alguém chamou à economia a dysmal science; românticos, está-se mesmo a ver; nós somos o pensamento iluminado - a nossa ciência não tem nada de sombrio, tem tudo de idealismo; qual quê, da plantonismo; e de político, claro está. Mas a política não se faz só com ar e vento, é preciso subsidiar os partidos; e o que eles consomem, MEU DEUS, claro que bem vistas as coisas, os salários deles tb são baixos. Ainda há-d aparecer uma salamandra parlamentar a exgir aumento geral dos salários: e depois os deputados, os juízes, os gestores público.... lágrimas de corcodilo.. eles são a saída para a crise. Eles e o resto da populaça que quer votar Sócrates, pq este presenteia (vulgo cliente) e depois tb quer que aqui o Rodrigues os aumente!

    Claro que na colisão das duas realidades, sócrates já pensou na sua vida. Pensa casar-se ainda este ano com uma formusura dos jornais e ir passar uma longa temporada fora do país gastar as massas q foi amealhando; pq toda a gente percebe q sócrates n tem o gabarito de um Guterres ou de um Durão; ser PM de Portugal ainda lhe deu um bom casamento. Pena é q agora vá gastar tudo lá para umas ilhas do índico ou da polinésia.

    Keynes é q não! Porque a procura gera a sua própria oferta e não como disse o francês a oferta gera a sua própria procura. Há quem consiga fazer o pino e há quem não consiga. Quem não consegue é mau articulista. Já agora. Esta publicação do grupo Lena (um dos grandes acumuladores dos uúltimos anos).. baixinho... baixinho.. são do pinhal leitoral, mas tb têm dinheiro, umas massas, um conglomerado à portuguesa! Bem, o pasquim sempre é melhor q um certo PÚBLICO q andou a sair.

    Mas os salários... sempre os salários, perdõe-me; quem ganhar mal que se queixe; não se houve muita gente a queixar; ouve-se mais.. "aquele e aquele outro são uns gatunos, andam a roubar!" E o dinheiro por aí ainda. O défice é uma descarga de dinheiro brutal. Se não tivéssemos défice da BTC teríamos q ter a massa dos salários e das pensões aí uns 30% reduzidos. Claro q depois podia sempre haver redistribuição; e algumas empresas tb podiam ser dos trabalhadores, até os bancos, pois; q n faltam lá empregados excedentários, agora q já venderam o crédito todo...

    Penso nos eléctricos lisboetas. Segundo Frasquilho aquilo dá prejuízo. Mas não devia. alguma coisa vai mal neste país, afinal aquele capital deve tar todo amortizado.. e smpr à pinha de turistas. Porra; ponham lá os eléctricos a dar lucro; e dêem-lhes uma pintadela; uns forros novos; q anda para aí mta malta a precisar de trabalho!

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  2. Acerca da crise económica

    Todos os dias se ouvem notícias que referem que a crise económica que se instalou no mundo ocidental, após a entrada da China na Organização Mundial do Comércio em Novembro de 2001 e com o agravamento mais recente (final de 2008), chegou ao fim e que por isso se vislumbra já “a luz ao fundo do túnel” ou “indícios ténues de crescimento”. Isto é dito por pessoas com responsabilidades na política, por economistas consagrados (?) ou mesmo por especialistas (?) na área económica ligados à imprensa.
    Ouço-os, leio-os, vejo-os e confesso ter muita dificuldade em entendê-los! Parece-me que, ou eu estou em Marte,….ou eles. Para mim são apenas, cegos. A análise que faço não é minimamente coincidente, mas é óbvio que não tendo à minha disposição elementos suficientes para uma análise profunda, prefiro pensar, que o “cego” sou eu.
    A análise que faço é fruto da observação do quotidiano e naturalmente da informação dispersa que vou recolhendo.
    Esta crise económica está longe de chegar ao fim e não acabará sem grandes alterações no mundo.
    É para mim evidente que a crise económica no ocidente nomeadamente em Portugal, se deve exclusivamente ao facto de em grande parte dos países do oriente, nomeadamente na China, não serem minimamente respeitados os mais elementares direitos humanos.
    Sabe-se que os trabalhadores nestes países trabalham por “uma malga de arroz” 16 e mais horas por dia, durante seis dias por semana e nalguns casos uma boa parte do Domingo, sem direito a férias, em condições degradantes em muitos casos e sem quaisquer direitos sociais ou outros.
    Sabe-se também que as empresas daqueles países têm tecnologia de ponta importada de diversos países do ocidente. Eu próprio o constatei quando em 1992 me desloquei a uma Feira Industrial em Itália e verifiquei que a quantidade de orientais ali presentes, era, na época, para mim inimaginável. Eram empresários e técnicos superiores a negociar a compra de equipamentos para a Indústria.
    Sabe-se que grandes grupos económicos ocidentais nomeadamente dos EUA, Alemanha, Reino Unido e França estão a criar as suas empresas ou a deslocalizá-las para a China e outros países do oriente. A razão fundamental é a procura de mão-de-obra barata.
    É evidente que os políticos o sabem, embora por razões que também se entendem não o refiram.
    Certo é que:
    A uma empresa Portuguesa, 20 trabalhadores custam mensalmente 15.000€
    A uma empresa Francesa, 20 trabalhadores custam mensalmente 20.000€
    A uma empresa Alemã, 20 trabalhadores custam mensalmente 25.000€
    A uma empresa Chinesa 20 trabalhadores custam mensalmente 100€
    Há outra diferença descomunal:
    O horário de trabalho;
    35 a 40 horas semanais na Europa
    90 a 100 horas semanais na China
    Ou seja, o preço hora de um trabalhador Chinês é em média 400 vezes inferior a um trabalhador Europeu.
    Não contando com as férias, os feriados, as baixas, etc;
    A diferença é de facto descomunal.
    E daí o êxito dos produtos Chineses
    E daí o aumento brutal do nº de lojas chinesas aqui instaladas
    E daí o aumento brutal de falências de empresas industriais na Europa e Estados Unidos, em todos os sectores.
    E daí o aumento do desemprego.
    E daí a diminuição do poder de compra das populações.
    E daí o crescimento económico da China que é cerca de 10 vezes superior á média europeia, desde há 20 anos.
    Não é possível esconder o “sol com a peneira”, tal como não é possível ás pessoas destes Países, impedir a concorrência desleal de um ou mais países que não têm o mínimo de regras.
    Tal como não é possível, aos industriais do mundo ocidental, concorrerem com os industriais de países onde as regras mínimas não são observadas.
    Cabe aos políticos ocidentais, duma forma concertada resolver o problema. Não com subterfúgios, mas denunciando sem tibiezas, ininterruptamente, as atrocidades cometidas por governos e regimes ditatoriais sem escrúpulos:
    na área dos Direitos Humanos, da Higiene, Saúde e Segurança , do Ambiente, etc.,etc.,
    Sancionando com restrições comerciais e económicas esses países.
    Caso contrário, não haverá “luz ao fundo do túnel” para os países do ocidente. Só os visionários a “apalpam”.

    Licínio Monteiro

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  3. Li o teu artigo e o do Paul Krugman. Diz-me lá vocês combinaram?

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  4. Li na capa de um jornal que os chineses começavam a desistir de viver em Portugal.

    Quando as lojas dos chineses não se conseguem aguentar, já se pode ter uma ideia de onde anda o poder de compra dos portugueses...

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  5. Nada disso. É pura coincidência! aquele jornal é o maximo.. não que vou lendo por ele I aparece-me o artigo do Krugman em boa tradução. Não resisti; mergulhei logo naquele pensamento da depressão. E subia a estrela... eléctrico antigo.... .. a dar prejuízo o krugman falava-me de "condições no mercado" de trabalho para aqui e para ali; eu gosto é da barba dele: aquela foto dá-lhe algo de esquerda, d internacionalista! Mas mesmo só a barba; pq o pensamento é uma treta; atentem nesta passagem; como se diz na filosofia, um caso típico da "aporia do sujeito", neste caso o sujeito sendo a economia; mas tb não há quem ñ diga outra coisa. (Jappe, Catálogo da Antígona):

    "Estamos a sofrer o paradoxo da poupança: poupar é uma virtude [já dizia A.Smith, esse ilustre I iluminado liberal], mas quando todos tentam, ao mesmo tempo, aumentar muito o nível de poupança,o resultado é uma economia exangue. Estamos a sofrer o paradoxo da desalavancagem [tradução para linguagem pós-moderna; a pós-modernidade é uma criação da finança - quem é q lhes paga afinal aquela arte besta?]: reduzir a dívida e endireitar os balancetes é bom, mas quando todos tentam, ao mesmo tempo, vender activos e pagar dívidas, o resultado é uma crise financeira"!!!

    Olé! Há quem consiga fazer o pino, e há quem n consiga. Mas piruetas seguidas de mortal para a frente só mesmo um tipo deste gabarito. E eu a pensar q a crise fianceira já era; q agora era só crise real, e vem o nöbel, dá a volta ao texto para voltar exctamente ao princípio. Nem vou tentar deslindar um nada q seja desse terrível paradoxo da desalavanvagem (s tivere5m no séc XXI) ou da poupança (se tiverem no séc XX); aliás os EUA foram o único país no mundo onde o valor atingiu uns incríveis -2% do PIB, q deve ter dado mta dor de cabeça ao software econométrico; cá para mim apagaram essa variável e reestimaram a equação. ADIANTE. q o milho é para os pardais!

    Até podia aqui citar outras passagens, mas acho q seria inútil. só uma pequena obervação para quem ainda tiver paciência para ler krugman que atente naquele exemplo da empre XYZ; parece q voltamos à primária, ou então à velha escola samuelsiana economia é a decisão entre "produzir manteiga ou canhões". O krugman vai mais á frente e XYZ já já sugere por demais o campo molecular; e todos sabemos por onde ela quer ir.. quer ser política no terreiro e evolucionista na academia: CromoSsomA X; CromosSoma Y; cromosSoma Z decidiram um dia montar negócio em sociedade...

    **
    Porém há uma coisa q n posso deixar escapar - sonhei ou li algures q a equipe do J.Sócrates (PS) ia contratar a mesma empresa que trabalhou com o Presd. Obama nos contéudos Internet! Aqui um exemplo chapado de que afinal a falta de competitividade da nossa economia é uma tanga, se quem sustenta os partidos, são o Estado, e quem sustenta o Estado são os contribuintes-trabalhadores e empresas; afinal nós conseguimos competir pela aquisição de um serviço tão valioso, como é dar-nos ao luxo de contratar os mesmos q trabalharam com Obama; claro q eles devem vender ao PS é um pack de tantas horas, senão os honorários disparavam. Manela já respondeu e disse qualquer coisa como nas redes sociais da interntet o PSD tem maior share que o PS. Vamos acreditar q sim; mas a resposta vem aí, mais uma vez importada, espero é q desta vez o pagamento vá às contas nacioanais! e não seja como aquela porra do Freequalquer coisa, q já se percebeu q houve dinheiro a passar por baixo da mesa! 20% de informalidade; e os partidos qual é o share deles em tanto? 51,1%? De certeza q têm maioria; o resto são uns pauzinhos de haxixe, uma pistolas e pronto prost* (na parte em q os partidos n tão já incluídos, claro!)!

    Pode ser que agora com a "contracção" alguma coisa mude; vai daí e a deusa ainda pariu um elefante. (branco - vulgo TGV).

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Oh João Marco: E se fosses aprender português? Podias actualizar o teu blogue de merda.

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  8. Ó pá. eu esforço-me ao máximo pra aproximar o q escrevo da oralidade. mas depois há uns termos trocados, pontuação q escorrega, eu cuspo tudo de uma vez; n faço revisão. Por exemplo, esta passagem devia ser

    como se diz na filosofia, um caso típico da "aporia do sujeito", neste caso o sujeito sendo a economia; mas tb HÁ quem ñ diga outra coisa. (Jappe, Catálogo da Antígona)

    recomendo a leitura, obviamente!

    E essa do meu blog d merda; tb acho; ms tá lá tudo pá! se precisares de esclarecimentos, dá-me uma apitadela; acabei de vir de uma reunião com o Governador do BP, ele só gozou pá, e eu gozei para ele! tudo valente retórica! GUARDA MAS É A GUITA Q O FISCO ANDA ATRAS DE TODOS E O QUANTITATVE EASING INDA NOS METE NUMA EMBRULHADA MAIOR DA Q ESTAMOS;

    não é por acaso que há umas semanas o Trichet dizia q precisava de uma "estratégia de saída"; o pá, eu quando quiser bazar, basta-me saltar do POLO porta fora! AHAHAHH. Não pago impostos e vivo da dívida. A chavala dá-me boleia e o meu agregado ainda recupera um milhar no IRS; estratégias de saída dizia o governador, eu preciso

    é de quem me levante o mural!

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  9. Pudera! Com o fim da austeridade vinha a época das vacas magras para um Estado que consome 50% da riqueza nacional. E isso para quem está na cadeira do Poder não interessa.

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  10. Digam o que disserem, faz sentido o que aqui se denuncia: http://www.russiatoday.com/Politics/2009-04-20/Crisis_as_a_way_to_build_a_global_totalitarian_state.html

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  11. o maior drama disto tudo é que os keynesianos pensam que têm uma batalha a travar e a ganhar. Tudo tanga. A re-nacionalização das categorias capitalistas em período de crise, agrava ainda mais a própria crise. Parem de falar em salário, em nominais e em caralhais!

    Ou há estrutura ou não há estrutura. Ou ela é deficitária ou superavitário. Ou o sujeito é autónomo ou heterónomo; n há volta a dar-lhe. De resto, existe o que Keynes chamou de "cura natural", mas que deprezava pq n ia dacordo com os ditames da ciência que a rainha financiava. Enfim, hoje querem por a Europa a financiar. Mas essa entidade abstracta,q n é diferente dos estados politicamente responsáveis que a constituem, não tem "personalidade jurídica" para endividamento de espécie nenhuma. E tal é passar uma esponja sobre o assunto.

    O necessário não é nacionalizar e europeizar a dívida. A solução passa pela reposição de igualdade dos países europeus no sistema de crédito; aí sim, é preciso uma mediação política que force os mercados. O nosso spread deve ser igual ao da alemanha; mas alemanha nunca na vida vai contrair dívida para sustentar seja quem for acima ou abaixo do Tejo. REALISMO precisa-se. E a nossa estrutura não é o que os mercados ditam; a estrutura é uma herança, é um espaço, uma cultura, um território; a finança pulveriza isso tudo.

    Por isso, se os senhores querem jogar com a finança tao a fazer uma grande merda! mais austeridade e mais crescimento fictício. Europa dos estados. Europa da solidariedade. Os entraves estão nas ideologia portáteis que esta poós-modernidade ainda não conseguiu alienar. A regressão geral segue dentro de momentos.

    Ai a GUITA! Anda alguém ler Marx, os capítulos sobre o dinheiro? Nada disso; agora é tudo papers do BCE ! ... quanto é q vale mesmo o papel do BCe daqui a 12 meses? os artigos são letra morta. as notas, esperemos q n sejam valores mortos.

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  12. Parece que já ninguém se lembra que esta Sr.ª congelou os salários da FP durante 2 anos, e o resultado do deficit foi igualmente desastroso.

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  13. O ideal para cada empresa seria pagar salários baixos, mas que as outras empresas os pagassem altos. É uma questão de racionalidade económica. O problema é que a racionalidade económica colide muitas vezes frontalmente com a racionalidade tout court

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