segunda-feira, 23 de março de 2009

Sempre a maldita ineficiência do Sector Público...


CTT entregam 35 milhões de euros ao Estado

Estes dividendos correspondem a cerca de 60% dos resultados líquidos da empresa, mesmo com uma quebra de 20% no último ano. Os restantes 40% serão reinvestidos na empresa.

A notícia torna a chamar a atenção para o debate entre provisão pública e privada. Não apenas o debate sobre a qualidade dos serviços prestados, a política de preços, visão estratégica sobre a economia (sobre as quais têm escrito vários ladrões, como o Jorge Bateira) mas também a questão, nada secundária, dos lucros destas empresas e a margem de manobra que podem proporcionar ao Estado na condução de políticas económicas e sociais.

Que margem de manobra poderia ter hoje o Estado português se a GALP e a EDP fossem ainda públicas? Tanto num caso como no outro, a capacidade de aliviar as dificuldades que a crise (e a política de preços que essas empresas adoptaram depois de privatizadas) colocam aos consumidores individuais e às empresas bem como a utilização dos resultados, valeria bem mais que a receita de curto prazo que o Estado arrecadou com a sua alienação.

O tempo que vivemos é propício para a colocação destas questões, que são das mais estratégicas para uma política de desenvolvimento. Que papéis para o Estado e para a iniciativa privada? Que política para o sector empresarial público? Que ligação entre esses sectores e o funcionamento de toda a economia? A política das últimas décadas não tem tido resultados brilhantes. É tempo de olhar para as alternativas.

5 comentários:

  1. "É tempo de olhar para as alternativas."

    Quais? queres dar uma ajuda e identificar as alternativas para o descalabro que é resultado da política das últimas décadas (desde 1970 ou desde 1929)?

    O último Moicano...ups... último Keynesiano que tivémos em Portugal foi o Cavaco Silva (escondam o bolo-rei por favor!!!) e depois dele, o País parecia uma meson tipo casa com fenétres tipo janela!!! Em vez de apostarmos nas Pessoas e valorizarmos o nosso melhor activo (as Pessoas), apostámos em ser "Bons Alunos" e arrelvámos o País com betão e alcatrão...auto-estradas para que te quero e Portugal é o país da UE com a taxa mais elevada de mortalidade rodoviária!!! Não soubemos e não sabemos o que fazer com tanta alcatrão!!!...nem com tanto betão armado (arrendamos as casas ou vendemos por menos do que as comprámos?)!!!

    Parece-me que Keynes ainda tem alguma coisa a contribuir, para uma solução com uma boa heurística, mas esta fica inquinada visto que o Keynesianismo pressupõe que no Estado estão pessoas ética e tecnicamente superiores...algo idealista (não o Keynes, mas a ideia que podem existir no Estado, pessoas ética e tecnicamente superiores).

    Visto que as teses neoliberais ou as teses económicas neoclássicas deram o seu último estertor ("...whole intellectual edifice, however, collapsed..." - Alan Greenspan, Outubro 2008), esqueçamos que 'eles' ainda têm alguma coisa para contribuir POSITIVAMENTE para uma solução em conformidade com a Realidade.

    Ficamos com...? se nem é peixe nem carne, tem que ser Polvo?!? provavelmente valia a pena uma dieta vegetariana...tipo Ambiente e sustentabilidade económica e dos recursos naturais através de uma política suportada no investimento dos estados em fontes de energia "limpa" e recursos renováveis...ring any bell?

    Porque é que não vamos por outros caminhos, diferentes daqueles que já foram percorridos? Receamos o quê?...o "julgamento" do mainstream? ficarmos tipo Nouriel Roubini em 2006? podemos perder o quê ao sair dos caminhos anteriormente trilhados por outros? A Economia é uma Ciência demasiado "estreita" na sua capacidade em compreender e interpretar o mundo?

    Abraço,
    Miguel

    ResponderEliminar
  2. São questões bem pertinentes.

    Também gostava de saber qual seria a saúde dessas empresas se não tivessem o estado como accionista.

    Ou ainda, se por o estado ser accionista e querer dividendos este acabar por não se importar de entregar uma comissão de muitos por cento aos outros accionistas em detrimento dos cidadaes-clientes. No que configura um imposto escondido.

    ResponderEliminar
  3. Se os CTT fossem privados ... se calhar seriam como a EDP.
    .
    Serviços ainda mais caros e tão bons como os que temos. Embora o correio azul deixe um pouco a desejar.

    ResponderEliminar
  4. Esta treta de tentar convencer o pagode que as empresas ditas privatizadas é que dá lucro dá vomito!
    A falta de verdade nestas opiniões revoltam qualquer um, é que nao dizem que as empresas ao privatizarem-se adquirem o património e/ou activos que foram criado após décadas de orçamento do Estado e de administração publica.
    E é, muitas vezes, com a venda de património e/ou activos que se desenvolvem.
    Temos o casso recente da Estradas de Portugal, SA, andou a JAE durante mais de 70 anos a construir patrimonio com o orçamento de Estado e agora vem estes iluminados, que tomaram de assalto todo o patrimonio da ex-JAE apresentarem lucros.
    S´que mais uma vez é a custa do esforço e da desgraça dos contribuintes que irão começar andar de chipe

    ResponderEliminar