terça-feira, 24 de março de 2009

Sem qualquer pudor (II)

O Diário de Notícias relata passagens de uma intervenção do nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros na abertura de um seminário sobre o impacto da crise na governação democrática.

Destaco em particular estas passagens:

"O que está em causa é o falhanço político em liderar essas forças [do mercado]. (...) Em acompanhar, com instrumentos políticos adequados, esta expansão das forças de mercado. Não são os princípios da economia de mercado, mas a ideologia que reduziu o papel do estado ao mínimo".

Diz o DN: "A actual crise financeira e económica vai obrigar também, na opinião de Luís Amado, a "uma redefinição do papel do estado", que perante o "enorme impacto social" que a crise vai ter, não tem capacidade para dar resposta às necessidades dos cidadãos."

De facto, custa a acreditar que esta mesma pessoa tenha dito à revista VISÃO (14 Fev. 2008) que "O Estado deve ser reconfigurado. Depois de corrigido o problema do défice, temos de repensar o estado no exercício das suas funções, uma a uma. Temos de encontrar um equilíbrio entre as funções de soberania e as funções sociais. Em algumas funções sociais, não vejo qualquer problema em que haja, garantido o sistema público, áreas de actuação privada."

Há um ano, sem qualquer problema, defendia que o Estado devia prestar serviços públicos através do mercado. Hoje, é contra um Estado reduzido ao mínimo, contra um Estado sem capacidade para acudir ao desastre social. Mudar o discurso é fácil, sobretudo quando não se tem qualquer pudor!

2 comentários:

  1. keynesianos Iluminados !!!

    Eles viram a Luz...ao fundo do túnel ou no fundo do túnel?

    Abraço,
    Miguel

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  2. Caro amigo,

    Com mentiras destas o que espera da direita? http://tinyurl.com/cueyzb

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