Krugman e as nacionalizações da banca:
"Algo tem que ser feito para robustecer o sistema financeiro. O caos que se seguiu à falência do Lehman Brothers mostra que o colapso das grandes instituições financeiras pode ser terrível para a saúde da restante economia. Um número crescente de instituições está perigosamente à beira do precipício.
(...) A minha resposta a este plano: se os contribuintes estão a pagar a factura do salvamento dos bancos, por que não devem eles beneficiar da sua propriedade? Pelo menos, até serem encontrados compradores privados. No entanto a administração Obama parece estar a fazer tudo para evitar esta situação."
E Joseph E. Stiglitz, outro prémio Nobel da economia, disse recentemente o mesmo, aqui:
ResponderEliminarhttp://edition.cnn.com/2009/POLITICS/01/26/stiglitz.finance.crisis/index.html
Proponho uma visita aos documentos e palavras do Prof Nouriel Roubini. Entre outros, podemos começar por este artigo http://www.nytimes.com/2008/08/17/magazine/17pessimist-t.html?pagewanted=3&_r=1 e depois recuar um pouco mais no tempo e perceber porque lhe chamaram "Dr. Doom". É que quando assisti a um colóquio patrocinado pela Alumni da UCP, em Dezembro de 2008, sobre Economia, a única coisa que lá ouvi foi que "TODOS os dados apontavam para NÃO EXISTIR a crise actual". Também li, escrito por um Ilustre Professor de Economia dessa escola que "isto" apenas se tratava de uma "Crise Bancária Sistémica"...entre outras barbaridades !
ResponderEliminarUm abraço a todos os autores deste blog, pelo excelente contributo que têm dado para uma análise mais abrangente das soluções a encontrar para este buraco em que nos encontramos, à escala planetária.
Tout façon, já chega de teorias, ditas económicas, neo-clássicas!!! Milton Freedman, Alan Greenspan e sus muchacos, NUNCA MAIS !!!
Aguardamos TODOS pelo regresso URGENTE da Ciência Económica, como um ramo científico das Ciências Sociais. Aguardamos TODOS pelo renascimento da Ciência Económica como um lugar de pluralidade e de debate.
A presente, passada e futura administrações farão tudo para evitar a sugestão de Krugman porque a factura ideológica pode sair mais cara que a factura financeira.
ResponderEliminar"The illusion of private ownership" com que ele termina a sua coluna está no sangue deste povo e recorrer a uma transfusão sanguínea nesta área terá um preço ideológico incontrolável.
Tão depressa se prova que Obama não representa nenhuma ruptura com o "establishment" americano. Obama; um presidente a prazo?!
ResponderEliminarA nacionalização do sistema bancário, que é a medida economicamente mais sensata em vista de minimizar os custos dos contribuites é liminar e acriticamente rejeitada pelo Sec. do Tesouro. Não há nenhuma visão de longo-prazo nas medidas do recém-nomeado e da sua equipa. Apenas um rápida reciclagem de conceitos gastos.
O sistema financeiro americano está em cacos e não irá recuperar durante muito tempo, a resposta de Obama parece ser liquidar também a única economia que resta: a dos luxos (jactos privados e outros) permitida pelas massas que Wall-street distribui. Ironias da história.
A ironia da História ainda estará para vir...
ResponderEliminarO preço ideológico que terão de pagar será com o seu sangue e repararão que é Vermelho!!!
Isto tem de virar e parece-me que só acontecerá por aqui, quando acontecer no outro lado do Atlêntico!!
Isto está a virar, pois está!!!e está na Hora, lá isso está!!!!
e este ano há votos!!! há que mobilizar desde já pois as eleições para o Parlamento Europeu já darão para ver se está ou não a dar a volta!
Maria,
ResponderEliminarNunca se sabe em que lado do Atlântico a coisa vai começar a virar. Tanto pode ser por aí, a Europa, como pode ser por aqui, os Estados Unidos. Até pode ser pela América Latina.
Saíu-lhes o totobola, na medida em que não aparece uma alternativa política, e foi a falta dessa alternativa de há anos para cá que fez com esses senhores fizessem o que eles muito bem entenderam.
Caro Miguel Fabiana,
ResponderEliminarO tal colóquio na UCP realizado na UCP em Dezembro foi precisamente sobre a crise actual. Na realidade não se falou em mais nada do que na crise. O Professor Sérgio Rebelo descreveu durante mais de 45 como é que esta crise havia emergido e, elogiando a solução encontrada pelos Suecos em 1993, explicou porque é que essa solução seria de aplicação difícil nos EUA. E o professor João Coco identificou claramente que a economia dos EUA se encontrava já em recessão prolongada e defendeu que o governo deveria iniciar imediatamente, um intenso programa de despesa pública. Mas talvez tenha adormecido durante esta parte. Ou talvez nem sequer tenha posto os pés na tal conferência.
Só mais uma coisa, o professor Roubini nos modelos que utilizou durante os anos 90 e 00 para analisar problemas económicos, e que fizeram dele o economista reconhecido que todos conhecemos, utiliza uma abordagem, utilizando as suas palavras, "dita económica, neo-clássica". Acabar com estas teorias e com esta abordagem era acabar com as ideias do Prof. Roubini. Não acha então que as suas palavras são um pouco inconsistentes?
Tiago,
ResponderEliminarE qual foi a explicação que o professor Sérgio Ribeiro deu que tal aplicação seria difícil nos Estados Unidos?
Tiago,
ResponderEliminarE qual foi a explicação que o professor Sérgio Ribeiro deu que tal aplicação seria difícil nos Estados Unidos?
Tiago,
ResponderEliminarE qual foi a explicação que o professor Sérgio Ribeiro deu que tal aplicação seria difícil nos Estados Unidos?
Caro Tiago Tavares,
ResponderEliminarSe eu escrevi que lá estive, as suas palavras apenas fazem sentido para mim, numa perspectiva provocatória, mas apenas por isso sem mais outro objectivo que não seja entrópico.
Se lá esteve como eu deve-se lembrar do slide que foi apresentado, com a fotografia de Keynes e das palavras que o enquadraram: Sistema Soviético. Posto isto e outros dislates que por lá se propagaram...a sensação que me ficou foi de que tinha estado numa conferência de vendedores de aspiradores ou de enciclopédias e esse evento apenas servia o propósito de expor argumentos de venda das "desculpas" para justificar os últimos 30 anos de asneiras dos neo-clássicos.
Não sou economista, nem pretendo estudar a ciência económica, mas como já percebi que o Tiago acusou alguma dor (quem sabe se em resultado de algum sentimento de culpa e/ou medo mal digerido - "Conscience is the chamber of justice") no meu comentário, proponho que o releia, na parte que me interessa na Ciência Económica: um lugar de pluralidade e de debate.
Para si dedico-lhe esta frase, citada largamente por economistas que eu admiro, como Paul Krugman e Robert Skidelsky, entre outros:
"Intellectuals are reliable lagging indicators, near–infallible guides to what used to be true" - Charles R. Morris
E se a crise fosse uma grande oportunidade para perpetuar o sistema ?
ResponderEliminarSe a origem da crise foram as hipotecas porque é que o governo dos Estados Unidos não garantiu o pagamento desses empréstimos aos bancos antes que se gerasse a previsível bola de neve ? Teria sido concerteza mais fácil e mais barato.
Milhares de empresas aproveitam agora para se descartar dos empregados "obsoletos" ou para fazer uma oportuna cura de emagrecimento antes da retoma.
Ao contrário do que acontecia antes ninguém lhes leva a mal e o próprio Estado ainda dá uma ajudinha. Ou seja, a crise criou um belo pretexto para despejar nas mãos da Segurança Social uns largos milhares de trabalhadores descartados. Um verdadeiro paraíso "neo-liberal".
Perante a enxurrada destes aproveitamentos, estamos agora a tentar estancar o rio na foz quando podíamos tê-lo feito na nascente.
Por isso, ao contrário do que alguns pensam a crise actual não representa a decadência do "neo-liberalismo", seja lá isso o que for, mas sim o apogeu.
«Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que o levantamento de exércitos. Se o povo Americano alguma vez permitir que bancos privados controlem a emissão da sua moeda, primeiro pela inflação, e depois pela deflação, os bancos e as empresas que crescerão à roda dos bancos despojarão o povo de toda a propriedade até os seus filhos acordarem sem abrigo no continente que os seus pais conquistaram.»
ResponderEliminarThomas Jefferson, 1802
Fernando,
ResponderEliminarEu acho que as hipotecas não foram a origem da "crise", mas sim um dos sintomas dela.
Fernando,
ResponderEliminarEu acho que as hipotecas não foram a origem da "crise", mas sim um dos sintomas dela.
Foi também um professor da UCP que escreveu esta peça extraordinária
ResponderEliminar