quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Voltar outra vez


"Esta crise não pode ser resolvida recorrendo aos princípios, às práticas e às
políticas que a provocaram. Nada deve ficar como dantes."
in PS: A força da Mudança
Moção ao XVI Congresso do PS

Já se sabia que esta crise foi ouro sobre azul para o Governo:

1. Permite misturar a crise de emprego e crescimento que já vinha de trás com a crise financeira, permitindo chutar as responsabilidade para outros cantos da Europa e do Mundo.

2. Permite justificar medidas populares (e o seu carácter temporário?) em ano de eleições, protegendo o Governo das acusações de eleitoralismo.

3. Permite atirar as responsabilidades da política económica nacional e internacional para a direita, como se o PS tivesse andado a remar contra a maré.

A moção não engana. O Congresso do PS será um remake de um filme antigo: a reconciliação com a base do Partido, a vitória da "ala esquerda", a "renovação da esperança", etc. A mensagem para os eleitores é clara: Em 2009, voltem a acreditar!

Mesmo assim, não se pense que a moção assume a mais pequena dimensão auto-crítica em relação a quatro anos de deriva ideológica. Nem mesmo um bocadinho pequenino. São 25 páginas de propaganda e contentamento...

Com efeito, o mais extraordinário nesta moção é o desplante com que o Primeiro-Ministro de Portugal, que governou com maioria absoluta durante quase quatro anos e alinhou com tudo o que foi política económica europeia, volta fresquinho como uma alface e fala como se tivesse andado (como andaram muitos) a bradar no deserto. "Nada será como dantes."

Faz lembrar o famoso mural pintado durante a invasão de Praga: "Ivan, quantas vezes nos vais libertar?"

3 comentários:

  1. Lá volta este fulano á aldrabice.!!!!
    Será que ele é um mentiroso compulsivo.!? É que se é, então ele precisa é de ir ao médico.
    Só faço votos que as pessoas, nas próximas eleições, não se esqueçam das mentiras e patifarias deste fulano e da canalha que o acompanha.

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  2. Fez em Maio passado 34 anos que pela mão de um Socialista nos dirigimos a uma casa na Av. Duque de Loulé para me filiar no PS, o meu acompanhante, como se de um padrinho se trata-se, chamava-se Manuel Alfredo Tito de Morais, vivi os primeiros dias de Democracia como um sonho, toda aquela agitação, as reuniões no PS num prédio na Rua da Emenda com figuras como, Augusto Pereira de Oliveira, Charters de Azevedo, Catanho de Menezes o próprio Tito de Morais, Salgado Zenha, Mário Soares, José Neves, Lopes Cardoso, Teófilo Carvalho dos Santos, Vasco da Gama Fernandes, Henrique de Barros, estes 3 últimos Presidentes da Assembleia da República, e outros tantos anónimos como eu, foi com gente desta estirpe que eu me tornei Socialista, foi com esta gente que eu me tornei admirador da Democracia.

    Esta espécie de Socialistas que hoje pululam pelos corredores do Rato nada me dizem, e eu nada lhes digo vai para 6 anos.

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  3. o homem é um verdadeiro artista de variedades. falhou a vocação , coitado.

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