quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Reformas: começar por escutar (I)

Não resisto a divulgar algumas passagens de um livro do sociólogo Michel Crozier, já aqui mencionado, que mantém toda a actualidade apesar de escrito há mais de uma década e estar centrado na sociedade francesa. Em alguns pontos, suprimi a referência à França sem prejuízo do sentido:

“Estas manifestações nada têm a ver com as greves clássicas de tipo reivindicativo. Elas surpreenderam tanto os sindicatos quanto os poderes públicos. … O que exprimem estes manifestantes, directa ou indirectamente, é simplesmente um apelo à escuta. A sua mensagem, nunca entendida, é no entanto clara: “Escutem-nos ! Tentem compreender quanto o nosso trabalho … é importante e extremamente difícil ! Não subestimem os nossos problemas ! Vocês tratam deles sem os compreender, vocês diminuem-nos, vocês consideram-nos executantes que não têm voto na matéria, que somos incapazes de ter uma visão de conjunto das nossas tarefas. Escutem-nos ao menos !”

[Este é o primeiro de uma série sob o mesmo título]

2 comentários:

  1. Acho extraordinário que uma professora ( com agregação..) de sociologia, um historiador e sociólogo e outro que não me lembro bem do que faz..não conheçam os teóricos da sociologia das organizações..
    O que raio se passa no departamento de sociologia do ISCTE?
    p.s. já me lembrei...o outro senhor parece que ensina os futuros professores de uma ESE

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