terça-feira, 11 de novembro de 2008

A viragem neoliberal do PS não terminou: aeroportos e prisões

«Dentro de pouco [tempo] apresentarei o modelo de privatização da ANA (…) Não nos parece que o Estado tenha de ser dono daquela infra-estrutura» (Mário Lino ao Público). O Estado não tem de ser dono de nada. Esta gente não aprende nada. E ainda não viram nada. Chegou a vez das prisões. Em parceria público-privada porque estamos numa área de fronteira: «O secretário de Estado diz que o governo não pretende ‘apostar numa gestão do próprio sistema por privados’, mas salienta que esse modelo ‘existe já em Inglaterra e nos Estados Unidos’». As grandes referências da «esquerda liberal». Lá chegaremos.

Escrevi isto no Jornal de Negócios há alguns meses: Para além da ênfase nos processos de privatização, de liberalização financeira e comercial ou de desregulamentação das relações laborais, uma das dimensões que tem sido recentemente sublinhada nos estudos sobre o neoliberalismo, como conjunto de ideias que inspiram as políticas públicas, é a sua aposta numa profunda reconfiguração do Estado e das suas funções. O objectivo, sobretudo nos países mais desenvolvidos, é agora encontrar soluções institucionais e de financiamento que favoreçam a progressiva entrada dos grupos privados nas áreas tradicionais da provisão pública, associadas não só ao chamado Estado Social, mas também à gestão e controlo de equipamentos e infra-estruturas públicas. Usar o Estado e os recursos financeiros que este controla para abrir novas áreas de negócio, onde os lucros estão relativamente garantidos, é a orientação de fundo.

7 comentários:

  1. Boas
    Mas que boa "notícia" privatizar as prisões, mas isso é óptimo!
    Para as prisões serem rentáveis o ministro António Costa vai ter de reformolar de novo o Código Penal, ao contrário de os presos serem soltos mais cedo vão ter de ficar mais uns mezinhos dentro.
    Fica bem

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  2. Mas realmente qual a vantagem de a ANA ser pública ?

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  3. "Mas realmente qual a vantagem de a ANA ser pública ?"

    Enorme fonte de receitas. Monopólio natural. Criadora de externalidades positivas.
    As escalas e possibilidades geográficas do serviço aeroportuário fazem com que o mercado não seja optimizador na sua afectação, não existem condições para a existência de concorrência.

    Cumprimentos

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  4. A regra do empreendedorismo lusitano (salvo as honrosas excepções): preguiçoso, sem risco, pouco imaginativo. Sempre à procura de uma renda para toda a vida, na mão amiga desta empreendedora gente do Estado.
    Até as prisões são oportunidade de negócio!
    Ainda por cima um negócio estúpido, cuja rentabilidade depende do número de presos! Haja presos…

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  5. Só porque é lucrativo o Estado deve tomar conta da coisa...a mim não me parece fazer sentido nenhum que seja público...

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  6. " porque é lucrativo o Estado deve tomar conta da coisa"

    Não é isso que lá está escrito, pois não? Ora leia lá novamente...

    Cumprimentos

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