terça-feira, 14 de outubro de 2008

Medidas para ficar

De acordo com o Financial Times, só o governo da Alemanha disponibilizou 500 mil milhões de euros (cerca de 3 vezes o PIB português) para socorrer o sistema financeiro, sob a forma de recapitalização de empresas financeiras e de garantias aos empréstimos entre bancos. Segundo a mesma fonte, as empresas que beneficiarem destes auxílios ficarão sujeitas a restrições nas políticas de remunerações dos gestores de topo, inlcuindo salários máximos (500 mil euros por ano...), indemnizações por rescisão do contrato e distribuição de dividendos. Claro que nada disto se aplica com efeitos retroactivos, o significa que aqueles que lucraram com a desregulação e puseram em causa a estabilidade do sistema sairão impunes. É tempo de exigirmos que estas medidas fiquem para o futuro - e, já agora, que se apliquem também em Portugal.

3 comentários:

  1. Julgo que vivemos um momento histórico. Há uns tempos atrás era impossível discutir-se restrições salariais aos gestores de topo ou mudança de politicas interna das empresas.

    Agora não só é possível como se abriu o precedente de se criar essas normas.

    E não é um fenomeno Europeu. O caso da AIG era impensável que fosse debatido nos USA há alguns meses atrás.

    Quando um republicano fala de "self-interest" como um motivo da crise está tudo dito.

    O mais interessante é que a forma mais sustentada de se sair desta crise é diminuir a desigualdade entre os que recebem mais e os que recebem menos. Será que isso irá acontecer?

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  2. O grande problema da remuneração dos gestores até nem é o elevado montante.

    O mais importante são os critérios de cálculo dos prémios.
    De facto muitas vezes os gestores são premiados para fazer coisas imediatistas, com desprezo pelas consequências a montante e a jusante, apenas para ter bons resultados no "quarter".

    Quem motiva os gestores para isso, dando-lhes tais prémios, até são os accionistas que querem beneficiar das cotações em bolsa.

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  3. Caro F. Penim Redondo,

    E não esquecer a própria contabilidade está neste momento com regras que defendem o imedietismo. Também é necessário repensar este modelo pois se não existir nenhuma alteração então voltaremos a ter problemas destes...

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