sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Bernanke ou Trichet?

O Nuno Teles já aqui argumentou muito bem que a inflação não é um problema monetário: «se, como estamos fartos de saber, a actual inflação se deve sobretudo ao aumento dos preços do petróleo e bens alimentares, por que é que são os bancos centrais a tratar do problema?». Nem mais. O BCE achou que devia tratar do problema subindo as taxas de juro. Nem que para isso tivesse que contribuir para a recessão. A Reserva Federal viu o combate à crise financeira e à recessão como a prioridade. A economia norte-americana, até ver, lá se vai aguentando. Com nacionalizações à mistura com o aumento do défice orçamental. Pragmatismo keynesiano mais ou menos escondido. Vamos ver se os desequilíbrios gerados pelas forças de mercado não vão obrigar a muito mais. Entretanto, a economia europeia, com mercados financeiros também demasido liberalizados, mas sem pragmatismo keynesiano na política económica, vai entrar em recessão. O preço da ortodoxia é elevado. De Frankfurt à Almirante Reis.

A taxa de inflação, que nunca atingiu valores que justificassem o pânico do BCE, desce dos dois lados do Atlântico. Paul Krugman diz mesmo que a deflação pode ser agora o problema nos EUA. Outros economistas, ligados ao movimento sindical europeu, alertaram a tempo para a perversidade das prioridades do BCE. Nunca é de mais repetir a minha formulação preferida para os problemas do velho continente: a Europa é como «um daqueles países em vias desenvolvimento a quem o FMI costuma impor um dos seus rígidos programas de estabilização (. . .) sob a tutela de um grupo de funcionários não eleitos» (Andrea Boltho da Universidade de Oxford). É por isto que a ortodoxia do BCE é desde o início um dos nossos principais alvos.

5 comentários:

  1. Nenhum dos dois, devolvam a moeda dos cidadãos. Privatize it.

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  2. Pois é, camaradas e... cambada! Fui dar um pulinho à "longa marcha BEs" contra a precaridade e ia LEVANDO PORRRADA!

    Parece mentira, mas é verdade. Quando comecei a gritar uns impropérios contra o Márocas Soares (inventor dos recibos verdes no ano de 1983) levei uns safanões do guarda-costa do Louçã, por estar a querer "inquinar a unidade da esquerda". A sorte foi que me fiz passar por ingénuo e eles precisavam de figurantes na Praça das Nações. Já no restaurante de Setúbal, pra morfar umas gambas - acreditem! - não faltaram os figurões...

    E atenção: começámos por ser dúzia e meia de idiotas com um boneco às costas a "marchar" plo Parque das Nações à beira Tejo e por entre os jardins, mas nem foi mau de todo: apesar do ridículo da cena circense, a brisa corria ligeira. Depois do passeio foi tempo de jantarada e acreditem: por 10 € nunca comi prato principal que chegasse aos calcanhares daquelas entradas de morcela... Huuummmm!!!! A sobremesa já foi pior: O FranCHICO ESPERTO tentou mandar umas piadas no meio do discurso... Serão conselhos dos acessores de imagem? Não sabemos, mas fica o aviso: mantenha o tom de frade jesuita - é mais a sua onda.

    De qualquer modo, termino depressa que o tempo é escasso e amanhã temos umas "performances" no jardim do Barreiro logo pelas 10h da matina. Aliás, plo que vi do programa da "longa marcha" BEs contra a precaridade, este e o próximo fim de semana serão passados entre feiras, mercados e empreendimentos do Bélmiro de Azevedo. Porquê do Bélmiro de Azevedo? Não sei... talvez por ser fácil, talvez porque o Bélmiro enganou a família Louçã há 30 anos ou talvez porque o Américo Amorim pague saborosas morcelas. Quem souber que o diga e quem está de fora que tire à sorte.

    De qualquer modo, conheci o jovem deputado José Soeiro e, sobretudo, conheci as opiniões dos seus "camaradas".... mas amanhã conto mais!

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