segunda-feira, 26 de maio de 2008

Combater as desigualdades salariais

Bruto da Costa identifica uma questão crucial na entrevista ao Público: uma das principais fontes de pobreza e de desigualdade em Portugal é a abismal polarização salarial. A polarização está associada ao peso dos salários de pobreza. Este estudo sobre o «multiplicador da igualdade» indica que os países com menor desigualdade salarial antes de impostos são também aqueles onde mais se aposta nas despesas sociais. Naturalmente, são os países que registam menores taxas de pobreza. Os autores chamam-lhe o «multiplicador da igualdade». Por exemplo, os países escandinavos têm um terço das desigualdades de rendimento dos EUA antes de impostos e gastam duas vezes mais em despesas sociais.

A maior igualdade salarial nestes países não é espontânea, mas sim o resultado de arranjos institucionais criados historicamente, em larga medida, por pressão do forte movimento sindical. Concertação social, negociação colectiva com algum nível de centralização e instituições de coordenação salarial asseguram uma evolução mais igualitária dos salários e das condições de trabalho nos diversos sectores. Sindicatos fortes, mais voz do trabalho organizado e políticas de pleno-emprego. É «só» isso que é necessário para alcançar este padrão. Curiosamente, Bruto da Costa é presidente do Conselho Económico e Social. Talvez isto explique o seu apelo a uma maior democracia nas empresas. Já defendemos isso várias vezes neste blogue.

Todas estas instituições, para além das virtudes de uma maior igualdade e de favorecerem soluções mais cooperativas que ajudam nos processos de mudança social, também favorecem a modernização económica e aumentos de produtividade. A ideia foi formulada por um influente economista sindical sueco - Rudolf Meidner: a política salarial solidária coloca maior pressão sobre as empresas menos produtivas e favorece as empresas mais produtivas. É como se os salários baixos fossem considerados um subsídio às primeiras que há que bloquear. A transição é facilitada por políticas de formação, treino e reconversão (vejam os níveis de investimento na formação, em percentagem do PIB, nos países escandinavos).

É claro que isto requer uma atenção a complementaridades institucionais várias. Isto só é possível com empresas mais ou menos blindadas e com núcleos accionistas estáveis. O contrário do míope e iníquo modelo anglosaxónico de capitalismo financeirizado centrado na bolsa, na aposta na liquidez e na chantagem permanente do capital. Temos de pensar em termos sistémicos. Para qual variedade queremos convergir?

39 comentários:

  1. Isto torna-se engraçado. Vamos lá traduzir para português corrente:

    "Existe desigualdade porque há salários mais altos que outros. Quanto mais salários baixos, mais o peso dos mesmos difere da média. A prova disso é que o BDC assim o diz. Até há estudos que dizem que sem redistribuição a desigualdade permanece.

    Tem de se retirar dinheiro à força dos que têm mais para dar aos que têm menos. Então não o temos dito neste blogue já várias vezes? Quanto mais tirarmos aos mais produtivos, melhor as empresas produzem. Prova disso é que o economista sueco RM diz que sim.

    O mal disto tudo é quando se mete o hediondo dinheiro ao barulho, essa coisa porca e imoral. A gente não gostamos de dinheiro, mas por via das dúvidas funcionamos com ele, mas dinheiro produzido pelos outros e retirado à força."

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  2. Sousa,
    Que diria a sua professora de português se o visse fazer estas figuras?

    Um conselho:
    Comece por tentar compreender e interpretar os livros da Anita, e depois progrida a pouco e pouco.

    A seguir à Anita, talvez Enid Blyton, mas o Noddy. Quando já não tiver medo do Orelhas Grandes, experimente a Isabel Alçada, e progrida a partir daí.

    Eu prometo acompanhar o seu percurso aqui no Ladrões de Bicicletas e intervir sempre que necessário.

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  3. Para si, caro amigo, é melhor começar pelas ilustrações do Arlindo Fagundes. E ficar por aí mesmo.

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  4. Melo Sousa,

    A interpretacao nao esta' longe do que esta' escrito (embora o joao rodrigues o tenha escrito com um pouco mais de elegancia). Eu concordo com as duas versoes. O manto diafano do joao rodrigues nao tapa as verdade que o melo sousa escreve. Sao ambas versoes de uma mesma verdade essencial: ha desigualdade e' preciso corrigi-la, ate agora nao funcionou. E' no entanto um bocado primario po-la nestes termos. Ha quem esteja atento ao que gente inteligente vai publicando sobre o assunto (o joao rodrigues parece estar atento) e isso ajuda muita gente a ver melhor. Eu preciso de ver melhor, para la do que me contam os jornais portugueses, para la do que consigo ler nos intervalos do meu estudo tao afastado que ele esta' da realidade politica. Este blog ajuda-me a faze-lo. Se quiser contribuir, faca-o. Eu estou sempre atento, de-me coisas para ler. Explique-me porque e' que nao concorda. E' que ja passei tempo demais 'a procura de blogs com comentarios engracadinhos ate encontrar este, que e' serio. Resumindo, va fazer os comentarios engracadinhos para outro lado.

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  5. Eu bem sei que concorda com as duas versões. Só não percebo o que os lugares comuns acima referidos diferem da imprensa portuguesa mainstream. São as mesmas balelas politicamente correctas.

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  6. Caro FMS
    "Quanto mais tirarmos aos mais produtivos, melhor as empresas produzem."

    Acha mesmo que se está a tirar aos mais produtivos para dar aos outros? Acha que um gestor que trabalha das 9 às 5 (se tanto) sentado à secretária e ganha cem vezes mais do que um operário que trabalha por turnos numa linha de montagem, está a produzir cem vezes mais?

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  7. Zé Miguel,
    Pela minha parte peço desculpa de ter cedido à tentação de tratar os "argumentos" do fms com os respeito que me merecem. Faço-o a bem do bom trabalho feito neste blogue.

    Não vejo é como é possivel concordar simultaneamente com a versão jocosa de FMS, que tenta de forma trapalhona desconstruir o post.

    Escolhe fazê-lo tratando os autores referidos como pessoas que simplesmente afirmam coisas, meros argumentos de autoridade, quando claramente têm trabalho e factos que suportam as suas afirmações
    (mais do que fms pode reclamar, porque tudo o que tem é uma lógica teórica que até pode fazer sentido na bola de sabão onde fms existe, mas que se desfaz ao minimo contacto com a realidade).

    FMS não considera que a desigualdade seja um problema e, se fosse, que fosse desejável combatê-la.

    E já agora, se as questões levantadas por Bruto da Costa fosse tipicas do mainstream português, não teriam certamente a repercussão que estão a ter, nem a reacção crispada que fms demonstra.

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  8. Acha que um gestor que trabalha das 9 às 5 (se tanto) sentado à secretária e ganha cem vezes mais do que um operário que trabalha por turnos numa linha de montagem, está a produzir cem vezes mais?

    Se o referido trabalho das 9 às 5 consegue reduzir postos de trabalho a 100 vezes o ritmo do seu trabalho mantendo a mesma produção, então sim produz 100 vezes mais que os restantes.

    Você assume que picar o cartão é sinónimo de produzir. Assim, a presença de um nabo na empresa vale tanto como a de um trabalhador produtivo.

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  9. Que há nos comentários a este blogue um ruído de fundo semelhante ao gorgolejar de alguém profundamente ignorante mas que se julga banhado pela luz da revelação divina, é notório desde há algumas semanas. Espanta-me que haja quem tenha tentado discutir com ruídos de fundo.

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  10. A entrevista de Bruto da Costa foi realmente notável. Tanto que hoje o editorial do Público (de Manuel Carvalho) tenta neutralizá-la afirmando

    "Muito mais do que o fantasma da globalização ou a natureza das políticas públicas dos últimos anos, é este atraso económico que explica a brutalidade dos números da pobreza ou a indecência dos índices que medem as desigualdades sociais."

    A questão que se me levanta é: como é que se pode conseguir na prática um mecanismo para "democratização da empresa".

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  11. FMS está sempre desatento ou distraído quando escreve. Como se prova uma vez mais. Como L. Rodrigues bem assinala. Vamos lá ver. O que o estudo diz é contrário ao entendimento dominante e não é trivial: a redistribuição tende a ser maior quanto menores forem as desigualdades salariais antes da redistribuição (antes de impostos). Durante muito tempo pensou-se de forma funcional que era ao contrário. É por essas e por outras que temos resultados abissais entre países com os mesmos níveis de rendimentos médios.

    Depois o problema dos baixos salários estava subestimado nas discussões sobre a pobreza em Portugal. O estudo de Bruto da Costa é importante por causa disso. As desigualdades salariais aumentam o risco de pobreza? Durante muito tempo negou-se isso. O problema era separável dizia-se. Mas não é. Mas FMS não gosta de estudos. É problema seu. É melhor ter convicções assente no vazio ou em jogos de palavras mais ou menos tautológicos. Se alguém ganha mais é porque é mais produtivo. E é mais produtivo porque ganha mais. Tudo por definição. Questão de fé. O que é a liberdade? É o espaço do mercado. O que é o mercado? É o espaço da liberdade. Fé. E assim sucessivamente. A realidade não entra. Chamava-se fundamentalismo e gera círculos viciosos. O anarco-capitalismo assenta nestas brincadeiras.

    Voltando ao assunto: o economista sueco tem um mecanismo identificado e que eu procuro resumir e que foi aplicado na Suécia com sucesso. As empresas menos produtivas são eliminadas mais rapidamente porque têm de pagar um salário superior à produtividade (para simplificar) e isso ajuda à transição para uma economia mais avançada. As empresas mais produtivas são beneficiadas. Coordenação salarial para criar uma nova economia. O trabalhadores são ajudados na transição rápida entre empresas (formação e largos apoios sociais no quadro do pleno-emprego).
    Mudando: um dos segredos para a flexisegurança dinamarquesa parece ser esse. Não há o risco de perder salário com o desemprego porque há coordenação salarial, as desigualdades sectoriais são reduzidas e os subsídios são generosos. Tem problemas, mas é sistemicamente coerente.

    Geralmente o desemprego é um mecanismo disciplinar porque as pessoas sabem que vão perder rendimentos não só enquanto estão desempregadas, mas também no recomeço de nova carreira. E isto é travado. Fala-se pouco disto. Não convém. Por isso é que o seu criador disse para não se avançar para isso em Portugal. Não há condições.

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  12. Se o problema reside então nos baixos salários, porque persistem os lesados em auferir de tais rendimentos? Se o valor é injusto, facilmente conseguirão melhor junto de outro empregador.

    Mas é claro que a expropriação é uma "solução" tão mais fácil. E sacia a inveja. A inveja dessas pessoas sérias e respeitáveis, que amaldiçoam o tal mercado que as alimenta, e o qual parasitam.

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  13. A relação entre produtividade dos gestores e produtividade dos trabalhadores não é na realidade o factor que desequilibra os salários. Para quem acredita em mercado livre (e não acredita), devia saber que a produtividade como mecanismo meritocrático não necessitaria/aceitaria que gestores auto determinassem para si os seus próprios salários. Contraditório...não parece?

    A produtividade que FMS fala é virtual (eufemismo para falsa), porque se um gestor consegue ser 100 vezes mais produtivo que um trabalhador, estão se calhar com 40 gestores tínhamos um mega-empresa, mas não temos. A verdade é que a gestão tem os seus méritos, mas os rácios salariais inflacionam exponencialmente esses méritos. Se um gestor tomar a decisão de adquirir software que acelere os processos, está a tornar o trabalho dos operadores mais produtivo, no entanto isso é bastante diferente de dizer que está ele próprio a ser mais produtivo. Não brinquemos com conceitos, com os mesmos meios muito dificilmente encontramos alguém 10 vezes mais produtivo do que outro...quanto mais 100 vezes...sinceramente.

    Indo agora mais no sentido do post, acho que de facto os movimentos organizados deviam florescer, porque a resposta à globalização do mercado deve ser feita com a globalização dos direitos cívicos, laborais, humanos. Nesse sentido os movimentos sindicais são fundamentais, porque a exploração laboral conta com a desorientação individual dos assalariados, mas encontra séria resistência com a luta colectiva de movimentos colectivos. A nível local, a grande virtude do movimento sindical pode ser organizar os trabalhadores de forma a que não aceitem contratos lesivos, não havendo "outros" que se sujeitem ao trabalho precário acaba-se o poder de chantagem do empregador. A nível mundial existe a necessidade premente de um movimento forte, um "colectivo de sindicatos" que tenha linhas orientadoras que minorem a migração de empresas com base nos baixos salários, ou seja criar uma consciência colectiva internacional.

    Sim, e que fique claro que isto dá trabalho mas só requer vontade social e consequentemente política, porque o caminho fácil é usar as assimetrias para perpetuá-las.

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  14. Afinal porque se preocupa tanto com a gestão das empresas dos outros? Se está tão convencido que os seus meios de gestão superam a prática actual, tem todas as condições para iniciar uma actividade com futuro. Gosta de democracia na casa dos outros? Então depois dê-me a morada para eu poder usufruir da ceia, e de algo mais.

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  15. Não reparei ter feito um elogio às minhas competências de gestão...
    Onde quer que tenha vislumbrado isso, vislumbrou mal.

    As empresas dos outros têm regras a cumprir, têm contractos públicos a honrar... A empresa como espaço físico é dos outros, os contractos laborais nas empresas são do domínio público e sujeitos a escrutínio. Até como consumidor tenho o direito a saber as condições em empresa produz, tenho o direito a saber como são as relações laborais... Ou quer sigilo para os contratos laborais? Os custos com mão-de-obra fazem parte dos custos de produção, o consumidor não tem direito a saber os custos de produção?

    Qual é o mal de haver democracia nas empresas?

    A ideologia do mercado livre não tolera democracia nas empresas? Estranho...

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  16. "As empresas dos outros têm regras a cumprir..."

    ... porque eu nelas entrei à força, e caso não concordem, obrigo-os através da força bruta. Democracia é isso."

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  17. Estamos elaborados hoje.

    :-)

    Você é que a sabe toda, já mostrou que é produtivo aqui no blogue a traduzir as opiniões dos que discordam de si para troglodita.
    Quem sabe...um mercado em expansão.

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  18. Não é necessário grande esforço de tradução.

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  19. Parabéns pelo blog, pelos posts e pela vivacidade do debate. Só acho mal que tentem tratar de forma igual o que é desigual. Todos vocês, e muito especialmente o l. rodrigues, tentam tratar o filipe melo sousa como se ele fosse igual aos outros. Se não fosse o próprio filipe melo sousa, se se olhasse só para a vossa argumentação (especialmente a do l. rodrigues), ficávamos convencidos de que o filipe melo sousa é uma pessoa capaz de entender um raciocínio lógico, por exemplo. Se não fossem as palavras do próprio filipe melo sousa, qualquer um chegava aqui e pensava: de facto, de uma certa forma, somos todos iguais. Obrigado, filipe melo sousa, por nos provar, mais com o seu exemplo do que com as suas palavras, que a desigualdade existe. É muito fácil, para pessoas como l. rodrigues, defenderem A TEORIA de que os mais fracos precisam de protecção e depois, em vez de se apiedarem de um filipe melo sousa, continuarem a argumentar com ele como se ele fosse capaz de perceber sequer de que é que se está a falar, quanto mais dizer alguma coisa de jeito. Ao defender com tanta inépcia o direito dos mais fortes, filipe melo sousa é o melhor exemplo do direito dos mais fracos. Se não fosse manifestamente um incapaz, filipe melo sousa seria capaz de negar a si próprio o direito a um rendimento mínimo, por exemplo. Sendo recém-chegado ao blog, pergunto: filipe melo sousa é um frequentador habitual? Se não é, lamento muito mas não contem comigo.

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  20. Há muito tempo que não lia comentários em blogues de um nível tão elevado com nesta caixa, especialmente o João Dias. E só pode ser bom sinal haver quem continue a tentar arguementar racionalmente com FMS, mesmo que ele recuse estar à altura. Eu pessoalmente recuso-me a descer o nível, e parece que não sou o único.

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  21. E o rei não vai nu tem umas lindas vestes. Quem não concorda é parvo. Até aqui tudo bem. O pior é quando nos abstrairmos que a concordância é extorquida através da força bruta.

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  22. Boa! Sem desprimor para os restantes comentadores e para o blog em si, o filipe melo sousa justifica sempre que se volte aqui. Compreendo que nem toda a gente tenha pachorra para estudar o caso, mas eu acho fabuloso o nível de irracionalidade atingido. Tenho um cão que, entre abanar ou não a cauda, abaná-la mais depressa ou mais devagar e mais na horizontal ou mais na vertical (para já nem falar das expressões faciais ou focinhais) se exprime a um nível bastante mais racional que o filipe melo sousa, talvez porque logo para começar também entende muito melhor o que a gente lhe diz (mas aqui posso estar a ser injusto com o filipe melo sousa, porque é natural que um cão oiça bem e está visto que o filipe melo sousa lê muito mal). Eu, talvez por me interessar mais por linguística e comunicação do que por economia, estou fascinado.

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  23. Bravo, o homem está muito feliz com o seu poder argumentativo porque o cão lhe obedece.

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  24. Lá está. Quem é que falou em obediência? Já experimentou ligar o cérebro antes de abrir o browser?

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  25. A sua desonestidade consiste precisamente em defender uma política em que a obediência (imposição) é impingida como concordância. E para distinguir as duas é, preciso isso mesmo: ligar o cérebro.

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  26. Política? Quem é que falou de política? Eu venho pela liguística, pela comunicação, pelo desempenho verbal (neste caso, na forma escrita).

    Para efeitos puramente científicos, tente concentrar-se um pouco no que eu digo e responder (como entender, evidentemente) mas sem mudar de assunto. Pode ser?

    Vamos lá então, com calma.

    Eu vou escrever aqui uma coisa e o filipe melo sousa diz o que lhe apetecer (eu sou todo pela liberdade) MAS SOBRE O QUE EU ESCREVER. Acha-se capaz disso?

    Vamos então à experiência. Cá vai:

    Água.

    Agora o filipe melo sousa, se não se importar de satisfazer este meu capricho, tentará dizer o que lhe apetecer sobre ÁGUA e não sobre vinho, ou sobre as minhas preferências clubísticas, por exemplo. OK?

    Vamos lá então: Água.

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  27. Política? Quem é que falou de política?

    Este blog fala de gastronomia? tsc tsc.. pobre sr alfredo que se esquece da pergunta antes de ouvir a resposta

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  28. Fico sem saber se faz de propósito... queria ter a certeza absoluta de que usou o termo "gastronomia" como podia ter usado outro qualquer, não tendo reparado que alguém, com muita bondade, poderia relacionar "água" com "gastronomia".

    Satisfaça-me lá o capricho. Vamos tentar só mais uma vez, ok?

    Reconheço que 'água' foi uma maldade inconsciente da minha parte. Não ajuda nada à solidez da sua argumentação. Tentemos com outra ideia:

    Inflação.

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  29. Não se esqueça que quem introduz z temática á o autor do post. E você, por manifesta incapacidade, afasta-se dela.

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  30. Touché. Nada lhe escapa, filipe de melo sousa (permite que o trate por FMS?).

    Esqueçamos então a água e a inflação (que, no fundo, não passa de um incitamento ao excesso de liquidez ou, se preferirmos ver por outro prisma, de um exagero gastronómico da economia).

    Eu digo: Combater (é o verbo da frase que intitula o post, desta vez apanhei-o).

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  31. Aha! Eu sabia!! Me Tarzan, you Jane... vale sempre a pena insistir! A incomunicabilidade total é um mito, embora se possa andar lá muito perto.

    Ao pegar no verbo "combater" e, presumo que sem ajuda de ninguém, produzir a partir dele uma frase existente na língua portuguesa, com um substantivo ("combate") e um adjectivo ("bom"), talvez sem se aperceber FMS lidou com grande competência com uma quantidade de factores de enorme complexidade, não caindo em nenhum de infinitos erros gramaticais ou outros possíveis. Fez-me um favor pessoal e mostrou a todos os que vêm para aqui chamá-lo "troglodita", "ruído de fundo" e outras coisas igualmente desagradáveis que não devem ser tão duros nem tão apressados nos seus juízos de valor.

    O que me preocupa é o que se segue, e nem é tanto pela forma: "Gaste o seu dinheiro apenas".

    Espero que com isto não queira dizer que suspeita que eu lhe tenha roubado alguma quantia, ou coisa do género. Já tinha dito, há uns posts atrás, que me tem por uma pessoa desonesta. Pensei que fosse em termos gerais e simbólicos, tal como chamamos gatuno a um árbitro cujas decisões penalizam a nossa equipa, mais para manifestar descontentamento e para tentar condicionar a actuação do sujeito (no intuito de obtermos um lucro desportivo, ou de pelo menos minorarmos os prejuízos) do que propriamente para o acusar de ilícito criminal.

    Afinal, parece que algo o leva a pensar (desculpe a brutalidade do termo, mas não me ocorre outro mais adequado) que eu tenho o hábito de me apropriar indevidamente de capital alheio. Garanto-lhe que não é o caso. Se alguém lhe fanou dinheiro, não só não fui eu como reprovo esse alguém em todos os planos: moral, económico, social, tudo.

    Digo-lhe até que, apesar de ser defensor da iniciativa privada, acho que em princípio o Estado deve ter o monopólio do ir ao bolso dos cidadãos (via impostos, e mesmo esses só os estritamente indispensáveis), tal como da cunhagem de moeda, do uso da força, da aplicação da justiça e pouco mais.

    Sem ter provas do que vou dizer (é uma mera suspeita), digo-lhe que desconfio que pode ter sido o l. rodrigues a bifar-lhe o guito. Ele parece-me habilidoso o suficiente para isso. Claro que posso estar enganado...

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  32. Vou citar o meu amigo Ricardo: Nós limitamos, taxamos e subsidiamos como entendemos. Mas vocês podem criar e produzir à vontade.

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  33. Pronto, fico mais descansado. Cheguei a pensar que o FMS pensava...

    Desconfia então do seu amigo Ricardo? É boa. Ia jurar que tinha sido o l. rodrigues. Pode tratar-se de um conluio, bem entendido.

    Voltando ao tema da incomunicabilidade: o FMS viu um filme chamado "E Deram-lhe uma Espingarda?"

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  34. Nunca o imaginei um fã de Zeca Afonso. Não pára de me surpreender!

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