quinta-feira, 17 de abril de 2008
Aprender com os neoliberais?
«Existe uma enorme inércia - a tirania do status quo (. . .) Só uma crise - real ou imaginada - produz a verdadeira mudança. Quando a crise ocorre, as decisões que são tomadas dependem das ideias que estão disponíveis. Estou convencido que esta é a nossa principal função: desenvolver alternativas às políticas existentes, mantê-las vivas e disponíveis até que o politicamente impossível se torne politicamente inevitável». Milton Friedman (1912-2006), Capitalismo e Liberdade (no prefácio à edição de 1982). Ter paciência e tentar manter viva a distinção, difícil de identificar com rigor, mas crucial, entre derrota política e derrota das ideias. Não é que as ideias não se revejam, mas há que fazê-lo porque concluímos que estávamos errados e não porque perdemos politicamente. Aliás, o facto dos neoliberais nunca tenderem a fazê-lo pode vir a revelar-se uma das suas grandes fragilidades. O consenso em torno de algumas das suas ideias mais importantes esboroa-se. Por boas razões. A crise, sempre a crise.
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