A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública deu ao país uma lição de como não conduzir uma luta. Convocou uma greve para uma 6ª feira, dando a entender que os funcionários em protesto necessitam do rebuçado do fim-de-semana prolongado para aderir à greve. Nas entrevistas que deu nesse dia, Ana Avoila (a coordenadora da FNSFP) não conseguiu explicar por que é que avançava para a greve sem o envolvimento de outros sindicatos, favorecendo a interpretação de que esta acção teve mais a ver com a necessidade de marcar o ritmo numa agenda de protesto geral do que com os motivos de insafisfação dos funcionários públicos. Num habitual sinal de inabilidade política, abdicou de mobilizar a opinião pública, insistindo tanto ou mais em questões salariais e de carreira dos funcionários públicos (temas em relação aos quais a predisposição para a indignação geral é baixa) do que no modo algo irracional, injusto e desumano como está a ser conduzido o processo dos chamados 'disponíveis' (que constitui uma mancha para um governo que se afirma socialista). Perante os dados óbvios do limitado sucesso da acção de protesto, avançou com números de adesão à greve só credíveis para quem não esteve em Portugal no dia 14.
Razões de queixa não faltam aos 700 mil funcionários públicos nos últimos anos. E no entanto menos de 1% destes participaram na manifestação de 6ª feira - isto uma semana depois de mais de 2/3 dos professores deste país terem vindo até Lisboa para gritar o seu descontentamento. Haverá muitas razões por detrás desta disparidade na mobilização para o protesto. Suspeito que Ana Avoila, a FNSFP e a sua estratégia façam parte do rol.
Convocar uma greve tem de ter objectivos concretos ser bem explicada e ser humilde.
ResponderEliminarA inevitabilidade das reformas é compreendida por todos, excepto pelos que olham para o passado como "amanhãs que cantam".
ResponderEliminarOs portugueses não são parvos!
Apesar da manifestação dos professores ter mobilizado tanta gente,a predisposição para a indignação geral não foi maior.A ideia de que na Educação se iria passar o mesmo que na Saúde,não teve em linha de conta a diferença social dos protestos das populações,e a luta por questões que até podem ser legitimas,de uma determinada classe profissional
ResponderEliminarFinalmente temos um governo que põe esta gente (avoilas, bettencourt picanços, carvalhos da silva, mários nogueiras...) no seu devido lugar e governa !
ResponderEliminarForça Sócrates !
Realmete é urgente equacionar outras formas de luta que não passem necessariamente pela greve. Um dia de greve prejudica mais os trabalhadores do que o Governo. Os trabalhadores perdem um dia de salário e o Ministro das Finanças fica-se a rir. Ainda por cima com o clima de medo e intimidação que o governo fo instalando a greve só se apoia nos sectores com maior consciência política o que é muito insuficiente.
ResponderEliminarHá cada vez mais razões e motivos para protestar e as manifestações têm tido uma adesão cada vez maior dos trabalhadores. Tem que se apostar em formas mais criativas e mais desgastantes para o governo do que uma simples greve de um dia.
Ah ! BETTENCOURT PICANÇO !
ResponderEliminarOs portugueses querem ganhar como os alemães e trabalhar como os marrroquinos!! Pode lá ser?
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