Vale a mesmo a pena ler o artigo do economista norte-americano Thomas Palley publicado na semana passada no The Guardian: «o problema é que o poder das políticas keynesianas está a ser invocado numa economia que já não gera os resultados keynesianos do pleno emprego e da prosperidade partilhada». Reformas estruturais robustas (a esquerda tem que reconquistar esta expressão) são necessárias para combater a crise e modificar a matriz do capitalismo depois de décadas de engenharia social neoliberal: «as políticas keynesianas de estímulo têm que ser acompanhadas por políticas estruturais que garantam que os salários acompanham a produtividade, assim assegurando o crescimento da procura. Estas políticas estruturais incluem legislação social e laboral que suporte os sindicatos e o poder dos trabalhadores e políticas económicas internacionais que previnam a concorrência desenfreada e os défices insustentáveis». Estas ideias, embora formuladas para os EUA, têm validade geral. O seu livro, publicado em 2000, contém um diagnóstico dos problemas e propostas que poderiam ter evitado as actuais «complicações». Mais uma prova que já vai sendo tempo da esquerda recuperar a iniciativa e propor uma agenda socioeconómica igualitária bem fundamentada que rompa com o consenso neoliberal em crise. Isto exige, entre outras coisas, uma alteração das suas prioridades intelectuais. Mas isso é outra conversa.
Crescimento económico com base na procura dá sempre asneira a prazo...
ResponderEliminarNão há crescimento sem procura. Por definição...
ResponderEliminarIsso não é verdade, como bem sabemos até pelo exemplo português. É quase unanimemente criticado o facto de a expansão da economia portuguesa nos anos 90 ter sido feita com base na procura.
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