domingo, 10 de fevereiro de 2008
Portugal e o fim da «monocultura do tijolo» em Espanha
Um dos ensaios de economia impura de José Reis é dedicado à discussão do que podemos designar por paroquialização da economia portuguesa. De facto, a aceleração da abertura, realizado no quadro da integração europeia, conduziu a um estreitamento das nossas relações económicas internacionais. Como assinala Sérgio Aníbal no Público de ontem, o mercado espanhol absorve agora 28% das nossas exportações (contra 15% há apenas dez anos). Este processo aparentemente paradoxal, numa época em que se celebra o fim da distância, dá agora muito pouco jeito. A economia espanhola, como é também relatado no Financial Times, está a passar por um processo de «correcção» da sua trajectória de crescimento económico (expressão bizarra que é usada para tentar disfarçar o facto de ninguém saber muito bem o que se irá passar). É a crise da «monocultura do tijolo», alimentada por um brutal ciclo de crédito, e que foi uma das grandes forças por detrás do elevado crescimento espanhol dos últimos anos - este sector chegou a empregar 13% da força de trabalho e a consumir metade do cimento da Europa. Vale ao governo socialista o excedente orçamental alcançado graças ao tal crescimento económico (sublinho o graças porque muita gente tende a confundir causa e efeito nesta área). Agora é necessário aumentar a despesa e o investimento e cortar nos impostos. O sucesso da estratégia do governo português - basear a «retoma» no aumento das exportações - parece agora estar parcialmente dependente da eficácia da política contra-cíclica espanhola.
[consumir metade do cimento da Europa]
ResponderEliminarSource, please. Custa um bocado a acreditar.
Artigo do Financial Times citdo na posta.
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