segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Nacionalização

Embora o governo trabalhista se tenha esforçado para encontrar uma solução alternativa, a grave situação financeira do Northern Rock obrigou à sua nacionalização. Um "fechar de portas" do banco implicaria, além das perdas de milhares de pequenos aforradores, a desconfiança generalizada no sistema financeiro. A economia britânica não aguentaria o abalo. É certo que esta decisão não é mais do que uma socialização das perdas privadas, resultado das arriscadas opções que tomaram os seus dirigentes. No entanto, é muito significativo que a primeira nacionalização em terras de sua majestade desde os anos 70 seja a de um banco. Mesmo a contragosto, a intervenção pública atinge a principal esfera de poder das economias contemporâneas. A maré está a mudar?

6 comentários:

  1. As marés não mudam. A alta segue-se à baixa. Ou ao contrário. Tanto faz.
    Nacionalizar um banco?
    Chapéus?!... há muitos.
    E os queijos?
    Bem curadinhos, podem acompanhar bifes ao pequeno-almoço.
    Mais tarde. Devolvidos à procedência. Depois da cura. Os bancos. Claro.
    Os queijos são para quem gosta de os comer e os chapéus para quem os souber usar.

    ResponderEliminar
  2. Na capa do Guardian de hoje estava a informação que os advisors do governo já tinham sugerido em Outubro que a melhor solução era a nacionalização.

    Acontence que esse advisor não é o partido comunista britânico, nem nada que se pareça... é nem mais nem menos que o Goldman Sachs (o tal banco americano que previu o subprime meltdown nos USA).

    A ideologia e a cassete neoliberal fizeram o governo perder tempo precioso, mesmo contra a opinão de um dos maiores (melhores?) simbolos do capitalismo americano. New "labour" indeed.

    ResponderEliminar
  3. Sinseramente não acho este facto positivo. Apenas demonstra que o Governo Inglês vai usar o dinheiro dos seus contribuintes para recuperar um banco falido e depois o colocar novamente no mercado, certamente para ser adquirido pelos seus antigos donos a um preço insignificante se comparado com aquele que teriam de dispender agora para o comprar.

    ResponderEliminar
  4. Não queria escrever "...para o comprar", mas sim "...para o recuperar"

    ResponderEliminar
  5. vamos dividir o mal pelas aldeias inglesas! Onde estao os Senhores responsaveis por esta obra de arte, continuam confortavelmente nos seus jaguar, e o povo que pague a factura!

    ResponderEliminar
  6. Como é óbvio, não é moralmente justo que se socialize o risco (e por isso as perdas, como neste caso) quando se privatizam os lucros que dele decorrem. É necessário um qualquer mecanismo de provisão que privatize o risco, para que não tenha que ser o zé a pagar a factura. Como é que isso funcionaria?

    ResponderEliminar