quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A economia do cherne ou a mesma tanga de sempre

Durão Barroso foi um primeiro-ministro incompetente e socialmente insensível. Devido aos descaminhos da integração europeia chegou a Presidente da Comissão. E repete o que os burocratas de Bruxelas, viciados na mais perniciosa macroeconomia ortodoxa, lhe sussurram: é preciso equilibrar as finanças públicas custe o que custar. Défice zero em 2010. Era para ter sido em 2004. Paciência. O célebre voluntarismo maoísta pode ser útil aqui. É claro que em contexto de desaceleração da actividade económica e de crise financeira internacional, isto significa tornar os poderes públicos parte do problema económico. Esta obsessão com o equilíbrio orçamental a todo o custo, aliada a um Banco Central com um mandato desequilibrado, mas com declarações surpreendentes para jornalistas atentas, é responsável pelos problemas económicos da Europa. Quando é que percebem que o fim da obsessão do défice, ao reintroduzir a escolha pública democrática, dá-nos os instrumentos que, ao debelarem a recessão e o desemprego, no fim de contas melhor eliminam as suas causas?

3 comentários:

  1. O João Rodrigues está a sugerir que o Estado se deveria endividar com o propósito de financiar uns negócios, geridos por gestores profissionais contratadas para o efeito? Quem é que decidiria onde se deve empreender? Já estou a imaginar muitas falências. E depois quem é que pagava?

    Era bom que resultasse, lá isso era. Mas está por provar.

    Bang Bang

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  2. A questão é que em contexto de crise (em que as receitas caem e as despesas sobem o que não é mau porque amortece a queda) se nos focamos no equilíbrio, vamos ter de cortar a despesa pública e/ou aumentar os impostos o que só agrava os problemas e além disso torna o objectivo do eq. (para quem o tem) cada vez mais distante. O Estado acrescenta crise à crise. Deveriamos, em vez disso, aumentar o investimento público e ter uma atitude de «negligência benigna» face ao défice. Quer isto dizer que a prioridade deve ser suster a procura agregada. O défice «trata-se» quando estivermos a crescer. E de qualquer forma um país pode bem endividar-se e ter défice se isso for para investir na criação de condições para termos trajectórias de crescimento e de progresso social que irão beneficiar as gerações futuras. O endividamento em si não é um problema. Um défice razoável (que em situações de dificuldade deve poder bem ultrapassar os 3% do PEC) não é necessariamente mau. Não têm que ser «uns negócios», é a educação e formação, infra-estruturas, renovação urbana e ambiental, apoio ao desenvolvimento tecnológico, etc. Sem fé nos processos ditos espontâneos do mercado.

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  3. "descaminhos da integração europeia"? Gosto do eufemismo. A integração europeia não existe; existe um soba americano, uns sobetas "europeus",e uns camareiros do soba. Aí, há que reconhecer que o sr. José Barroso foi, e tem sido, extremamente competente. Sensibilidade social? Atão não sabe que o homem "tomou juízo"?

    Vitor Correia (chiça, não há palavra-passe que dure...)

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