quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Teixeira dos Santos ou o ‘optimismo balofo e gratuito’
Andava o governo português todo pimpão a dar ares que contava para alguma coisa na «Europa» e agora os governos dos países que realmente contam - Itália, Alemanha, França e Reino Unido - reúnem-se a sós para discutir a crise financeira e os ventos nefastos oriundos do capitalismo norte-americano que a União até agora tem aceite com tanto prazer que até lhes vai abrir ainda mais a janela em Tratado. De Lisboa. Teixeira dos Santos mostrou o seu desagrado. Concordo inteiramente. Mas reparem: que contributo pode o actual governo português dar? Apelar ao cumprimento da «meta» do défice orçamental? Dizer, como Teixeira dos Santos, que a «análise objectiva» da situação concreta indica que não há problema e que tudo se resolverá no melhor dos mundos, «bastando» para isso que os «desequilíbrios» na economia norte-americana se corrijam? Automaticamente? Como que por uma mão invisível? Não sei. Só sei que a ideologia do controlo do défice como objectivo último da política económica vai ter que sofrer um grande abanão. Estas reuniões mostram acima de tudo como a actual arquitectura do «governo económico» da UE e as suas opções de política económica são um obstáculo a uma resposta adequada à crise que aí vem e que, na realidade, nunca chegou a abandonar Portugal. O BCE entretanto parece que vai acordar. Um dia. Vai ser uma grande viragem. E muitas mais serão necessárias. A crise tende a corroer as ortodoxias que lhe preparam o terreno. Ainda bem. Porque há alternativa.
Mais tarde ou mais cedo o BCE vai ter que engolir os mesmos sapos que estão a ser amplamente distribuídos do outro lado do atlântico:
ResponderEliminarhttp://www.alternet.org/workplace/74632/
Obrigado pela referência Pedro Viana. Vale mesmo a pena ler o artigo.
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