domingo, 13 de janeiro de 2008

A esquerda que conta

«O problema é que a Europa nunca será mais do que um negócio se os europeus não forem chamados a decidir» (Nuno Ramos de Almeida). «Mas creio que a UE ainda vai pagar caro este despudor que foi a assunção de que este novo tratado foi feito para escapar aos referendos. Isto é uma artimanha! Como artimanha, os cidadãos dão-se conta de que estamos num mundo sofístico, que torna a realidade muito mais difícil de domesticar em caso de crise» (José Medeiros Ferreira em entrevista ao Público). A esquerda que conta só pode ter como projecto uma UE democrática. Até porque só uma UE democrática pode evitar a tentação nacionalista em época de crise do modelo neoliberal.

8 comentários:

  1. "O ministro dos Negócios Estrangeiros que assinou o pedido de adesão de Portugal à então CEE.."
    E houve algum referendo para aquela adesão?

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  2. Quando é que os portugueses começam a olhar para o futuro?
    Não é o que está feito que está em causa, o que está em causa é o que virá com o que se faz hoje.
    Perguntar se houve um referendo na altura da adesão é iludir o problema. Mais. Não podemos de deixar de analisar as circunstâncias que têm orientado todo este processo. É indecoroso. No mínimo.
    A Europa é, de facto, um negócio...para alguns, em nome de todos.

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  3. Quando querem tratar toda a gente como criancinhas, e aprovar por via parlamentar o que devia ser decidido democraticamente, estão a dizer que decidem por nós porque eles é que sabem o que é melhor. Ora, o decidir pelos outros é tudo menos o que rege uma democracia.

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  4. Anónimo,

    E os argumentos de Medeiros Ferreira na entrevista, são duma Europa como negócio.........ou em nome de todos?

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  5. sorrio à expressão "domesticar realidade em caso de crise"...

    mas não são os "factos teimosos"?...

    abraços

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  6. Oh Carmélio! Não seja Carmélio.

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  7. Oh Carmélio! Já vi que não entendeu a ironia contida no final da frase. É o que dá quando lemos algo com ideias pré-concebidas. Afinal, a sua perspectiva é a de que o referendo não se justifica. Se não houve no passado...
    Já agora, seguindo o mesmo raciocínio (manter o que já foi feito), podiamos eliminar as eleições. Afinal, se já foram feitas, os portugueses já escolheram, para quê andar sempre a escolher?

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  8. Anónimo,

    Até agora, apenas fiz duas perguntas e a minha perspectiva, se tenho alguma sobre o assunto, está longe de eu a colocar, porque não sei a resposta à primeira.
    A verdade é que não sei mesmo se houve referendo à adesão à CEE porque emigrei em 1979. Como vês, não tenho ideias pré-concebidas sobre o assunto.
    O ponto a que eu queria chegar tem a ver com o que Nuno Ramos de Almeida diz: "consultar as populações e fazer referendos só é possível se o resultado for o que eles querem. Se isso não acontecer,deve-se retirar a palavra ao povo."
    Sendo assim, Medeiros Ferreira e Sócrates estão no mesmo lado da ribeira: a implementação duma europa neoliberal, onde a Europa é, de facto, um negócio..para alguns, em nome de todos.
    Quanto ao facto de me dizeres para eu não ser carmélio, não entendi.

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