quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Cavaco Silva e o problema das abissais desigualdades salariais

«Sem pôr em causa o princípio da valorização do mérito e a necessidade de captar os melhores talentos, interrogo-me sobre se os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas não serão, muitas vezes, injustificados e desproporcionados, face aos salários médios dos seus trabalhadores». O mérito não é para aqui chamado. Só o poder. É apenas a «nova geração de gente empreendedora e criativa, que não receia a concorrência» que Cavaco, mais do que ninguém, sempre promoveu.

2 comentários:

  1. «O Presidente fez um discurso apelando ao trabalho e à responsabilidade de todos, referiu-se à melhoria dos indicadores económicos, ao aumento do desemprego, ao aprofundamento do diálogo, à falta de justiça, à necessidade de melhorar a educação, ao esclarecimento do rumo da política de saúde, às desigualdades na distribuição da riqueza.
    Esse foi mesmo o único ponto onde o Presidente foi bastante explícito: são indecorosos os ordenados dos directores de algumas empresas.»

    Independentemente da pertinência destas afirmações, o que eu teria gostado muito, era de as ter ouvido entre 1985 e 1995 proferidas pela mesma pessoa.

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  2. O triste e até ofensivo é ouvir os instalados do costume a afirmarem que é o mercado! Esquecem-se de mencionar por exemplo que entrar no mercado depende de factores para além do mérito. E já se viu bem o que "o mercado" é capaz de fazer para se perceber que o deixar ao sabor do vento acaba por trazer tempestades!

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