segunda-feira, 19 de novembro de 2007
«O petróleo é nosso»
Não sei se «Deus é brasileiro», mas sei que a Petrobras é. Esta empresa brasileira de capitais ainda maioritariamente públicos é líder mundial na prospecção e exploração de petróleo em águas profundas e domina as tecnologias de ponta nesta área. Isto significa que o Brasil está em boas condições para aproveitar as recentes descobertas de novas e significativas jazidas nas suas águas. Só que aqui chegados os liberais são atacados por súbita amnésia histórica. Vale por isso a pena recordar que esta empresa foi o resultado da famosa campanha «o petróleo é nosso» dos anos quarenta. Criada pelo Estado brasileiro em 1953, deteve durante mais de quarenta anos o monopólio no Brasil e nem o governo neoliberal de FHC, o das maiores privatizações da história do capitalismo, se atreveu a privatizá-la integralmente. A Petrobras é um belo exemplo de uma política desenvolvimentista bem sucedida num período de refluxo liberal. A protecção pública contribuiu decisivamente para o processo de «educação industrial», de aprendizagem e de criação de capacidade técnica que fizeram da Petrobras aquilo que ela é hoje: um actor internacional de primeiro plano neste importante sector. Precisamente porque teve o tempo e a autonomia para crescer e para se desenvolver. Esta lição de política pública de desenvolvimento não pode ser esquecida porque é graças a ela que o Brasil pode explorar autonomamente as suas jazidas sem depender de terceiros. E dizer: «o petróleo é nosso».
Claro, tudo o que não seja Estado, Estado e mais Estado é logo neoliberal...
ResponderEliminarEstá a falar de quê?
ResponderEliminarSimples, do "governo neoliberal" de FHC. O que era bom era continuar tudo estatizado, não era ?
ResponderEliminarTem dúvidas? Privatizações maciças, liberalização total da conta de capital...Depois veio a crise financeira que deixou o Brasil com uma dívida externa maior do que aquela que tinha antes de vender o património público. Além disso um ministro(não me lembro qual) de FHC (acho que antes da crise) afirmou que a «alternativa ao neoliberalismo é a neobobagem» (ou qualquer disparate parecido, cito de memória). Deprimente.
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