terça-feira, 20 de novembro de 2007
O medo como instrumento de política
«É também assim que as ‘reformas’ actuais se impõem: primeiro gera-se o medo do futuro, com previsões catastrofistas matraqueadas todos os dias. Perante o medo as pessoas apenas desejam que não sejam elas as visadas pelas ‘reformas’ e calam-se. Multiplicado por todas as pessoas, esta atitude leva a uma desmoralização generalizada, que redunda numa self-fulfiling prophecy: a ideia de que já ninguém está para isso e de que o mundo é mesmo assim, sem escolhas, sem alternativas, sem sequer se perguntar se é mesmo assim». Miguel Vale de Almeida. Certeiro como poucos. Quem manda esquece que toda a política de reconfiguração institucional bem sucedida requer o consentimento activo e empenhado dos «subordinados». É por aqui que a política da «direita socialista» vai fracassar. Os incentivos, a monitorização e a repressão não substituem a persuasão.
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