Ao contrário de Helena Garrido, defendo que pode ser acertado instituir medidas de apoio aos cidadãos mais pobres, sobretudo aos cidadãos que caíram em situações de desemprego involuntário, e que se encontram a braços com um serviço da dívida que não cessa de aumentar devido, em parte, aos comportamentos irresponsáveis e «predatórios» dos bancos e a mais uma crise no regime financeiro liberal. Não percebo como é que se pode dizer que medidas sensatas deste tipo infantilizam os cidadãos. Mecanismos de protecção bem desenhados impedem, em momentos de crise, o acentuar de ciclos viciosos de pobreza, a contracção da procura, a generalização de fenómenos de insolvência ou o alastrar do pânico. Impedem que sejam sobretudo os pobres a pagar a crise. E depois há também a necessidade de criar mecanismos de regulação que atenuem os ciclos de crédito e a especulação. É que infantil aqui só mesmo alguns dos padrões de comportamento dos próprios agentes da finança de mercado.
Nota: a ilustração desta posta é da autoria do Pedro Vieira, o magnífico irmaolucia.
E um Estado que permita campanhas de crédito fácil enganosas...
ResponderEliminar«Mecanismos de protecção bem desenhados impedem, em momentos de crise, o acentuar de ciclos viciosos de pobreza, a contracção da procura, a generalização de fenómenos de insolvência ou o alastrar do pânico.»
ResponderEliminarSerá da rensponsabilidade de quem se endivida procurar esses mecanismos.
Este blogue é dois mais engraçados do país. Sou de esquerda, e mesmo não sendo "neo-liberal" não consigo deixar de largar uma gargalhada ao ouvir
ResponderEliminar", e que se encontram a braços com um serviço da dívida que não cessa de aumentar devido, em parte, aos comportamentos irresponsáveis e «predatórios» dos bancos e a mais uma crise no regime financeiro liberal"
Coitado de mim, e filhos das puta dos bancos, que me concedem um empréstimo quando eu peço para comprar a minha casa. deviam me dizer que não, sentia me muito melhor.
Este comentários lembram a primeira desculpa dos burlões profissionais:
ResponderEliminar"As pessoas querem ser enganadas, que é que eu hei-de fazer?"
Comentei desta forma no blogue da Helena Garrido:
ResponderEliminarCara Helena Garrido,
Eu também não defendo a infantilização dos cidadãos. Defendo, pelo contrário, a sua maturidade. Maturidade suficiente para irem falar com Sócrates (o alegado patrão de Constâncio) e com Constâncio (Governador do Banco de Portugal e Membro do Conselho dos Governadores do Banco Central Europeu) e perguntar-lhes porque tem subido a taxa de juro. E exigirem uma resposta inteligível, porque a inflação mantém-se inamovível nos 2%.
Estamos a assistir a nível europeu a um roubo de proporções bíblicas às famílias, às empresas e aos estados. Os cidadãos adultos desta União têm o dever de exigir uma resposta. E muito rapidamente.
eh pá e tal, tudo bem, mi casa es su casa, os camaradas estão à vontade para utilizar imagens que pululam aí pela internet fora mas faz favor de mencionar a autoria da ilustração, até porque já jantámos na mesma mesa e deves-me essa consideração. afinal de contas não sou assim tão feio.
ResponderEliminarDesculpa Pedro.
ResponderEliminarno pasa nada. só estive vai não vai para te inscrever na mailing list do cds
ResponderEliminarTarzan:
ResponderEliminarFica claro que os cidadãos devem agir para nom se endividar. É a sua responsabilidade, mas apenas até onde o é. Mas deve também haver mecanismos supraindividuais, chame-os de Estados, mutualidades ou qualquer outro tipo de cooperação de base de tipo protectora. Porque os indivíduos não podem prever as modificações do mercado dos juros, por exemplo. Veja-se o caso das hipotecas dos EUA, que já não só se extrapolou a Portugal, mas também à Espanha, com terminologia paralela. Parabéns polo blogue.