Os editoriais de Ignacio Ramonet são uma das boas razões para ler o Le Monde Diplomatique todos os meses. No editorial de Agosto volta a Chávez e à Venezuela. Para argumentar que o ódio a Chávez, alimentado por tantos, é apenas o resultado da dinâmica política democrática que ele tem contribuído para imprimir na Venezuela e que faz com que seja hoje um dos elementos incontornáveis para aqueles que estão interessados na renovação de uma esquerda de combate, capaz de construir alternativas robustas ao neoliberalismo. Redistribuição de terras, redução substancial da pobreza, alfabetização, expansão dos serviços públicos, recuperação do controlo público efectivo de sectores estratégicos da economia ou a mais recente redução do horário de trabalho são alguns marcos a assinalar. Marcos democráticos. Que fazem da Venezuela um país a acompanhar e a apoiar.
A propósito disto é de assinalar a entrevista de Mário Soares ao DE: «Imagino que no lugar de Chavez não fizesse o mesmo. Desculpe, mas esse é um tipo de pergunta que não tem sentido. Sou português, europeu e tenho outro tipo de formação. Não sou militar nem, como Presidente da República, sofri nenhum golpe, apoiado pela CIA, para me derrubar. Nem nenhuma tentativa de assassinato. Chavez é um Presidente eleito por uma esmagadora maioria, em eleições internacionalmente fiscalizadas e consideradas genuínas por todos os observadores, entre eles o Presidente Carter. A televisão em questão emitia com uma concessão do Estado que terminou e não foi renovada, É tudo! E não se esqueça que continuam três televisões privadas de uma violência anti-Chavez enorme».
A RCTV já está a emitir outra vez, mas claro que isso não foi noticiado.
ResponderEliminarPode ler na integra aqui
ResponderEliminarhttp://pt.mondediplo.com/spip.php?article101
EDITORIAL - AGOSTO 2007
Hugo Chávez
por IGNACIO RAMONET
Poucos governantes, em todo o mundo, são alvo de campanhas de demolição tão odiosas como o presidente da Venezuela
(...)
Foram distribuídos aos camponeses três milhões de hectares de terras. Milhões de adultos e crianças foram alfabetizados. Milhares de centros médicos foram instalados nos bairros populares. Foram operadas gratuitamente dezenas de milhares de pessoas sem recursos que sofriam de doenças da vista. Os produtos alimentícios de base são subvencionados e propostos às pessoas mais desfavorecidas a preços 42 por cento inferiores aos do mercado. A duração semanal do trabalho passou de 44 para 36 horas, ao mesmo tempo que o salário mínimo subiu para 204 euros por mês (o mais alto da América Latina a seguir à Costa Rica).
Resultados de todas estas medidas: entre 1999 e 2005 a pobreza diminuiu de 42,8 por cento para 33,9 por cento [2], ao mesmo tempo que a população que vive da economia informal caiu de 53 por cento para 40 por cento. Estes recuos da pobreza permitiram apoiar muito o crescimento, que nos três últimos anos foi, em média, de 12 por cento, situando-se entre os mais elevados do mundo, estimulado também por um consumo que aumentou 18 por cento por ano
(...)
Rouxinol
ResponderEliminarUma coisa é emissão no espectro radioeléctrico público, outra é emissão por cabo.
A RCTV não foi proibida de emitir , viu sim caducada e não renovada a licença que tinha para emitir no primeiro.