«Primeiro, quer um choque fiscal (descida de impostos, descida de contribuições para a Segurança Social) além de profundas reformas na administração pública francesa. Para o conseguir, entra em choque frontal com o propósito de diminuir o ‘déficit’ do Estado francês. (...) Ao contrário da generalidade dos políticos e economistas europeus, Sarkozy compreendeu uma evidência: assim como está concebido, e como há dois anos escrevo, o euro é um perigo para as democracias europeias».
Excelente artigo de Domingos Amaral no Diário Económico. Sarkozy tem razão em contestar as regras do Pacto. O problema são as soluções propostas. O choque fiscal proposto, ao contrário do que afirmam os seus defensores, apenas diminui as receitas fiscais, tendo um efeito muito diminuto na dinamização da actividade económica. Como se viu nos EUA com Reagan e os seus brutais défices. De facto, a curva de Laffer, que supostamente suportaria estas aventuras regressivas, já há muito que foi desmentida. Mas como sempre a direita é pragmática quando se trata de alcançar aquilo que importa: diminuir as obrigações daqueles que têm mais poder, riqueza e dinheiro. O défice vale bem esse objectivo. Engenharia social ao serviço da consolidação do poder da sua base de apoio. Mais uma vez: quando é que os governos de esquerda aprendem a lição?
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