terça-feira, 12 de junho de 2007

Cidadania

«Tendo em conta os desafios colocados pela globalização, Vieira da Silva defendeu que o principal destes desafios é o de como fazer avançar nas agendas políticas os instrumentos que valorizem o trabalho como valor essencial e cimeiro da humanidade. "Temos a obrigação ética de o valorizar, de modo a que ele corresponda a essa aspiração de cidadania"», referiu Vieira da Silva no primeiro dia da Conferência da Organização do Internacional do Trabalho.
Pois é. Esperemos que o ministro se lembre destes valores essenciais sempre que em cima da sua mesa estiverem propostas para reduzir ainda mais os direitos dos trabalhadores.

8 comentários:

  1. ... e o tempo livre dos trabalhadores!

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  2. Nem de propósito, traduzi (o melhor que pude) para o meu blog este trecho da "Grande transformação":

    "Deixar que o mecanismo do mercado seja o único director do destino dos seres humanos e do seu ambiente natural (…) resultaria na demolição da sociedade.
    Porque o alegado produto “trabalho” não pode ser movido, usado indiscriminadamente, ou mesmo ser deixado sem uso, sem afectar também o indivíduo humano que acontece ser o depositário deste peculiar produto. Ao dispor assim da força de trabalho de uma pessoa, o sistema iria consequentemente dispor da entidade física, psicológica e moral “pessoa” apensa a esse trabalho."

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  3. Obrigado L. Rodrigues. Para mim Karl Polanyi continua a ser o melhor critico das utopias do mercado sem fim.

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  4. A diferença é que Polanyi escreve sobre processos que ocorreram há século e meio. Convém não esquecer.

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  5. Hugo Mendes,
    É precisamente isso que é preocupante. Não se aprendeu, e o que se aprendeu, esqueceu-se.

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  6. L. Rodrigues, infelizmente continuamos a 'esquecer' mesmo aquilo que só agora aprendemos.
    A este propósito lembrei-me do que Neil Fligstein disse, na conferência que deu no ISEG no mês passado, os estudos que foram e estão a ser feitos indicam que a regulação ou não do mercado de trabalho não afecta o crescimento económico no longo prazo, nem têm efeitos significativos no desemprego.

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  7. Eu não sei muito sobre a história dos trabalhadores e dos sindicatos, mas ainda sei que aos trabalhadores nunca foi dado nada.
    O que se conseguiu foi à custa de lutas. Foram os trabalhadores que conseguiram tudo o que têm.
    Por isso não faz sentido estarem à espera da ajuda do estado.
    Só os trabalhadores e os sindicatos se forem fortes, conseguirão defender os próprios trabalhadores.
    Nas novas lutas que aí vêm, aquilo que Vieira da Silva disse é verdadeiramente esencial.
    No fundo é fazer a sociedade interiorizar, que sem o trabalhador (atenção que não estou a dizer operário) não há capital.
    Esta interiorização vai ser básica, para a nova linguagem que os sindicatos terão de ter, se não quizerem ser eles os primeiros a falir.

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