quarta-feira, 16 de maio de 2007

Unidade!

«Conto com os independentes e com o Bloco de Esquerda, que sempre me têm apoiado e a quem estou grato. Mas creio que hoje nos é exigido um esforço maior de abdicação de interesses pessoais, de grupo ou de partido, em favor do interesse de Lisboa. Fica formalmente lançado este apelo para que todos possamos concorrer para a resolução da crise da cidade e da sua Câmara Municipal».


Via arrastão, aqui temos um grande contributo de José Sá Fernandes para a necessária construção da unidade das forças de esquerda e dos movimentos sociais em torno de um programa comum para salvar Lisboa. Numa conjuntura difícil a coragem de arriscar politicamente.

7 comentários:

  1. Permitam-me discordar da observação do João Rodrigues sobre a frase de José Sá Fernandes.

    Sou dos que deseja uma coligação por acreditar nos seus beneficios para uma gestão inovadora e participada da Câmara de Lisboa. Penso mesmo que o António Costa tem o perfil correcto para Presidente de Câmara com executivo em coligação de esquerda.

    A minha discordância quanto à observação prende-se com o momento e os propósitos da afirmação.

    Todos sabemos que não há tempo para preparar uma coligação. Que uma coligação, para que venha a dar frutos no futuro (coligação pós-eleitoral e em 2009 coligação pré-eleitoral), implica um conjunto de clarificações que não são possiveis neste momento.

    Uma coligação necessita que os intervenientes assumam discussões complicadas dentro das organizações que fazem parte. E uma coligação implica que o BE e o PCP se entendam, algo que não é fácil.

    Por tudo isto e acreditando que é possível uma coligação pós-eleitoral não encaro como um grande contributo esta afirmação.

    No meu entender esta frase pretende apenas tentar mostrar que a coligação é desejada pelo BE e só não surge agora por falta de vontade dos restantes partidos.

    Procura igualmente, com a subscrição da candidatura de Helena Roseta, mostrar que não tem medo de enfrentar uma candidatura independente de esquerda, assumindo com isso que realmente a teme.

    Sá Fernandes procura que o PCP e o PS se justufiquem, procurando dividendos eleitorais.

    Sá Fernandes iniciou, com esta frase, a campanha eleitoral.

    Que estas afirmações e actos não estraguem possiveis entendimentos futuros à esquerda.

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  2. "Clarificações"? "Discussões complicadas"? Desenvolve por favor.

    BE e PCP. PCP e PS. PS e BE. PS e Helena Roseta. Helena Roseta e BE. Helena Roseta e PCP. Tantas combinações. O entendimento para fazer o arco da esquerda exigiria todos estes entendimentos. BE e PCP é apenas um deles.

    É claro que podemos fazer o exercicio algo arbitrário de procurar as motivações. Agora o problema não desaparece desta forma. A falta de unidade pode entregar o poder ao Negrão. Se isto não merece uma intervenção política como a que JSF fez então não sei o que merece.

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  3. Sobre os "movimentos de cidadãos": estão a tentar tomar conta do país, sob a carapaça da independência. Noutros tempos, foram os partidos a fazê-lo. E conseguiram.
    A prova que os movimentos de cidadãos são partidos políticos disfarçados, é a recusa de Helena Roseta a uma coligação com José Sá Fernandes.
    Não passam de pessoas que querem poder, tal como os políticos.
    Se os partidos me ennojam, estes independentes enjoam-me.
    A esquerda não terá, infelizmente, inteligência suficiente para criar uma candidatura única (já que o "mandato" é só de 2 anos...).
    A coligação PS-PCP-PEV-BE-Helena Roseta-Renovação Comunista não se realizará por estupidez e partidismo.

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  4. E já agora:

    Não penso que António Costa esteja no perfil ideal para chefe de coligação.
    Não se esqueçam que está a acabar de sair (a cadeira ainda está quentinha...)de um ministério de um governo que não fez propriamente as delícias dos restantes partidos de esquerda... António Costa e a sua obra nos últimos dois anos não agradam nem ao Bloco, nem ao PCP nem a algum PS.
    António Costa será penalizado pela sua acção no governo sócrates. E não consegue reunir a esquerda sobre si.
    O único com currículo (em termos de acção por Lisboa) e perfil para reunir a esquerda e conseguir ser eleito chama-se José Sá Fernandes.
    Lisboa sabe que ele mudou a câmara e pode mudar ainda mais. Como já disse, a não-coligação é um acto de estupidez política por parte da esquerda, que se arrisca a perder de novo. Tanto brincam...

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  5. Estou-me nas tintas para quem vai ganhar Lisboa! Orgulhosamente sou do outro Portugal!
    Gostava que ganhasse o António Costa, pela razão sádica de achar que vocês não merecem ter melhores presidentes de que os nossos!
    Pobre país que desvirtuou o sentido democrático do poder local em cabecinhas penteadas de outdoor. Pobre país que entrega a sua capital a um Toino Costa:
    o homem serve para tudo, para a justiça, para os bombeiros, para a polícia, para Loures e até para Lisboa!
    A Cidade Informada, já escolheu:
    Toino Costa! O com mais meios, com mais apoios, mais político...
    Escolham-no por favor, nem que seja só para eu não me enganar!!!!

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  6. João,

    Tal como o Duarte afirmou, também sou daqueles socialistas que vêm com bons olhos coligações à esquerda, principalmente em Lisboa e preferencialmente com o Bloco de Esquerda. Mas a questão principal aqui é o tipo de eleições que vão agora haver. Estamos a uma semana de entregar as listas e o mandato será apenas de dois anos, num clima adverso e com uma AML "cacicada" até ao pescoço pela direita, nomeadamente o PSD.

    Digo mesmo que já referi anteriormente no blog do Daniel Oliveira: coligações sim, mas pensadas com calma e que partam de uma linha programática concreta. No fundo, o exegível neste caso é que exista uma visão comum para a cidade.

    Nos próximos dois anos essa visão deve ser definida e trabalhada. Depois disso haverá eleições, dessa feita para quatro anos e nos órgãos todos. Aí a esquerda unida terá a hipótese de já mais ser vencida.

    Cumprimentos,

    João Gomes
    http://aquelaopiniao.blogspot.com

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  7. Completamente de acordo caro João. Já manifestei no 2+2=5 a minha vontade de que Roseta e Sà Fernandes se unam em torno de uma plataforma que inclua o BE, mas que, preferencialmente, não lhe tome a sigla, ou pelo menos que a torne BE+Cidadãos Por Lisboa.

    Roseta é a melhor figura possivel para presidente da câmara e Sá Fernandes um homem de causas e impecavelmente honesto. Sentir-me-ei muito dividido se tiver de optar por um deles, embora, provavelmente, votasse nesse caso na Roseta.

    Estou plenamente convencido que esta plataforma ultrapassa facilmente os 15 %, e talvez até os 20. Com o embalo de sondagens favoráveis... Deixem-me sonhar.

    Independentemente de tudo isto, há um espaço, que é o da esquerda do PS/ direita do BE que precisa de ser ocupado, não para dividir, mas para unir. Mesmo que não se ganhe, é preciso começar a partir esta loiça, e provar que são possiveis projectos ganhadores que sejam simultaneamente realista, e de esquerda a sério.

    Assustei-me um bocado quando a Roseta afirmou que não se coligava, mas agora parece que já está mais disponível... Vamos ver.

    Já agora, é urgente assinar a candidatura de Roseta. Vou fazê-lo amanhã.

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