domingo, 24 de março de 2024

A esquerda não desiste de compreender

Moldura humana de mais de mil crianças em Fafe

Os resultados da extrema-direita nas eleições legislativas deram origem a uma enxurrada de análises sobre a súbita explosão no nosso um país de um movimento que já tinha alastrado a quase toda a União Europeia. Digo análises, mas uma parte do que se tem escrito está mais no domínio do desabafo. O choque, indignação, desilusão e medo abundam. Escasseia a vontade de compreender o fenómeno e as suas origens
Para muitos que têm refletido sobre o fenómeno da extrema-direita, tudo pode ser arrumado com alguns perfis sociais do suposto eleitor Chega, tido como pobre e ignaro, e uma grande amálgama política no que é um mar de motivações e frustrações. Nas versões mais agressivas, são enxovalhados os que pretendem ensaiar alguma explicação sobre este voto que permita identificar causas para este terremoto ou, pior ainda, manter abertos canais de diálogo com uma parte destas pessoas. Aparentemente, há muitos democratas e até democratas de esquerda que acham que a democracia deve desistir de mais de um milhão de pessoas.
É por isso que, se queremos mesmo vencer a extrema-direita, vamos ter de ser um pouco mais exigentes nas análises. Saber quem são e o que pensam os eleitores do Chega. Perceber quais as circunstâncias e as políticas que permitiram que ideias que sempre existiram na marginalidade política tenham sido tão propagadas e normalizadas num tão curto espaço de tempo.


O resto do artigo pode ser lido no Setenta e Quatro

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