Bem sei que se diz que Paulo Macedo fez um excelente lugar. Mas talvez seja bom não exagerar. Certamente que a informatização dos serviços da DGCI e as novas possibilidades oferecidas pelo cruzamento de dados terão dado um grande empurrão para o aumento da eficácia e eficiência fiscais. E já agora os funcionários da DGCI. E certamente que se encontrará um substituto à altura que esteja disposto a ganhar menos do que o primeiro-ministro (7.500 euros por mês).
Paulo Macedo recebia 23.000 euros por mês, montante que é aparentemente considerado normal nas grandes empresas do sector privado que hoje pagam pequenas fortunas aos seus gestores de topo. Prática que muito contribui para que Portugal tenha um dos mais elevados níveis de desigualdade salarial da União Europeia. O que como se sabe muito incentiva o magnífico desempenho das empresas portuguesas. O sector público não deve alimentar hábitos que apenas acentuam a fractura social existente neste país. A manutenção da decência e a nutrição da muito ameaçada ideia de serviço público valem bem a saída voluntária de Paulo Macedo.
Sempre olhei com suspeita essa ideia de que era preciso pagar muito aos detentores de cargos públicos para atrair "os melhores".
ResponderEliminarDá ideia de que se confunde qualidade com ambição pessoal, o que não é necessariamente o traço de personalidade mais desejável em quem deve servir, antes de mais, o bem comum.
Concordo inteiramente.
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