Blair (I)

O Público de hoje dá destaque a Blair. Dez anos depois de ter sido eleito e a pouco tempo de deixar Downing Street. O que fazer a Blair? Deixamos uma solução que por enquanto ainda é do domínio da ficção «abjecta»: julgamento no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade.

Para José Manuel Fernandes (JMF), «os erros» de Blair «quando os houve, só o engrandeceram porque lhe deram a dimensão humana» indispensável aos grandes líderes. Será que JMF se refere à invasão e ocupação do Iraque? Admitir que tudo não passou de um grotesco «erro»? Isto sim seria uma estreia para JMF.

Vamos assumir esta hipótese. Afinal de contas somos leitores do Público e precisamos desesperadamente de razões para continuarmos fiéis ao nosso jornal de sempre. Ficamos assim a saber que para o Director do Público, um líder político que autoriza a invasão de um país contra o direito internacional, em resultado da qual morrem centenas de milhares de pessoas e milhões se tornam deslocadas, ganha assim «dimensão humana». É o que acontece a quem continua a tentar ler e perceber JMF.