quinta-feira, 3 de julho de 2025

Perplexidades e personalidades


Confesso que fico perplexo ao ver Daniel Oliveira contrapor a “clubite partidária” às “personalidades independentes”, convocando, ainda para mais, a autoridade do macronista Santos Silva. Havia tanto para dizer sobre Santos Silva, mas não temos tempo. 

Temos tempo, isso sim, para dizer que o conceito de “personalidade independente” faz parte do arsenal da sabedoria convencional, o mesmo que as coloca nos bancos centrais ou nas autoridades de regulação “independentes”, ou seja, dependentes de quem tem poder económico. 

E havia tanto para dizer sobre os debates que as personalidades promovem. Para isto, ainda temos tempo: pela minha parte, aguardo serenamente pelas posições claras sobre o genocídio na Palestina, nem esta palavra decisiva usam nas suas tribunas, o desperdício da corrida armamentista na UE e a correspondente destruição dos Estados sociais, a usurpação de soberania pela Comissão Europeia neste contexto, a ilegalidades dos gastos da UE em armas, bem como o respetivo envio de armas, mas, por enquanto, só para conflitos onde estão homens brancos. 

As “personalidades independentes” não têm sido nada claras sobre estes assuntos, até porque têm de intervir espaçadamente, tipo de cinco em cinco anos.

5 comentários:

  1. Sampaio da névoa personalidade aparentemente independente pouco falou na última campanha e mesmo assi arrecadou 22% de votos

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  2. Sabe-se sempre que os "independentes" são dependentes da narrativa dominante, dormem com o capitalismo e acordam à Direita. Não falha.

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  3. O Daniel Oliveira sabe tudo isso. E até sabe que nós sabemos que se deixou transformar no emblema de certa "esquerda" que toda a direita gosta de trazer à lapela.

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  4. Isto está cheio de gabirus!
    O Daniel Oliveira é só mais um...usam o Partido de trampolim e, depois cospem!

    É um facto, que o cancro está no funcionamento dos " colectivos " mas, a solução, não está nas ditas personalidades "independentes"...

    Surpreende, é o estatuto, que os militantes dão a esses mesmo " independentes"!

    DERRUBAR, a blindagem dos centros de decisão dos colectivos, será o 1º PASSO para a "TRANSFORMAÇÃO"

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  5. Deveria haver espaço para haver candidaturas não filiadas a partidos, com o apoio via assinatura de um determinado número de cidadãos, para a Assembleia da República. Isso só dignificaria e aprofundaria a democracia. Agora nunca são independentes porque - espera-se! - têm ideias e causas próprias que pretendem defender. Aliás, pelo menos no caso das autárquicas, creio que a lei - e bem - não usa a expressão "independente(s)".

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