quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Dos bons e raros exemplos


No «Tudo é Economia» da passada terça-feira discutiu-se a proposta de Orçamento de Estado para 2022. Ao contrário do que é habitual (como neste caso recente, por exemplo) e do que é estrutural - e sobretudo quando não estão em causa temas tão relevantes como a discussão de uma proposta de Orçamento de Estado - o pluralismo de opinião foi salvaguardado. Para lá dos comentadores residentes Ricardo Paes Mamede e Ricardo Arroja, participaram no programa Isabel Camarinha (secretária-Geral da CGTP) e António Saraiva (presidente da CIP).

O Presidente da República sublinhou recentemente, e bem, a importância da comunicação social para a democracia, afirmando que «uma comunicação social fraca significa uma sociedade civil fraca e uma democracia fraca». Sendo diversas e complexas as razões da crise da comunicação social, o défice de pluralismo no debate (sobretudo nas televisões) é um dos seus mais preocupantes efeitos, pelo empobrecimento democrático e «enviesamento do pensar».

2 comentários:

  1. É questionável se isto é pluralismo enquanto vivemos num mundo dominado pelo Capital.
    A realidade é que tal como o sistema legal os meios de comunicação existem para forçarem uma certa ordem, a ordem que serve o Capital.
    Aqueles que advogam pelos interesses do Trabalho não estão na mesma posição daqueles que representam os interesses do Capital.
    Nós não vivemos num mundo onde há um equilíbrio perfeito entre Capital e Trabalho, e a esquerda, a esquerda que acha que o Capitalismo é opressivo e limita o potencial humano não pode ter como objectivo alcançar esse equilíbrio…

    É um prazer fazer o que posso para tirar o António Saraiva, Ricardo Arroja e outros Pàfistas da zona de conforto!

    ResponderEliminar
  2. Vi parte do “Tudo é Economia”, parte porque passei à frente quando falavam as víboras do “o salário mínimo não pode aumentar”, do “não há alternativa à austeridade”, do “Estado fora da economia e do mercado” e do “o Estado tem que ajudar os privados”, logo, só ouvi Isabel Camarinha e Ricardo Paes Mamede.

    Quando o entrevistador perguntou a Isabel Camarinha “onde é que vai arranjar o dinheiro para isso?” Camarinha respondeu “ao grande capital”.

    Como é que alguém que defende o fim das classes ainda não percebeu se nós precisamos do dinheiro dos ricos para financiar os mais diversos serviços do Estado como é que se alcança uma sociedade sem classes se os ricos são assim tão importantes para financiar o Estado?

    Foi perdida uma excelente oportunidade para falar das severas consequências de se ser um Estado sem soberania monetária.
    A repetição ad nauseam de falso-conhecimento sobre Estados monetariamente soberanos é exatamente o que as víboras do Capital querem, é assim que elas continuam a dominar o Estado mesmo que depois as histéricas víboras gritem “tirem o Estado da economia”.

    E para vos relembrar de uma coisa, a pessoa que recolhe o vosso lixo é de muito longe mais importante para a vossa felicidade do que a víbora António Saraiva! Até porque António Saraiva só contribui para o mal da larga maioria da população…
    Conseguem imaginar uma semana sem que vos recolham o lixo e uma semana sem que o António Saraiva vos apareça na TV a dizer “o salário mínimo não pode aumentar!”? Todas as semanas a víbora aparece na comunicação social sempre com a mesma ladainha.
    De quem sentiriam mais falta, a pessoa que recolhe o lixo ou do António Saraiva?
    Que escolha tão difícil…..

    ResponderEliminar