terça-feira, 6 de abril de 2021

Carlos Moedas era um buraco


Declarações do ex-secretário adjunto do primeiro-ministro dos XIX e XX Governo coordenado por Passos Coelho, à comissão parlamentar de inquérito sobre o BES, transmitidas pela televisão pública. Carlos Moedas foi chamado pelo PS para explicar uma conversa com Ricardo Salgado, responsável pelo BES/GES. 

- Eu recebi estas pessoas? Recebi. Elas transmiram-me preocupação [para que interviesse junto da Caixa Geral de Depósitos para que fosse dado ao BES algum tipo de crédito]? Transmitiram. Era minha função ouvi-los? Era. Era a minha função no Governo fazer alguma coisa sobre isso? Não era.  

Mas se não era sua função "fazer alguma coisa" sobre as preocupações de Ricardo Salgado, por que razão era sua função ouvi-lo? 

Talvez Carlos Moedas tivesse desempenhado aquela função que teve o buraco na terra da velha lenda do príncipe de orelhas de burro. O certo é que, no final e à custa de uma tardia, atrapalhada e custosa intervenção pública para viabilizar uma célere saída limpa, tudo correu de feição para a instituição financeira apadrinhada pelo BCE como o principal banco ibérico - o Banco Santander - que se tornou o principal banco privado em Portugal. E veremos o que irá acontecer ao Novo Banco.

     

3 comentários:

  1. mesmo que não fosse a sua função fazer alguma coisa, diria ser importante que um governante manter-se informado de um assunto como este e receber o banqueiro.
    não vejo como podia ter fugido à reunião.

    ResponderEliminar
  2. Mesmo assim para a CGD foram 5.000.000.000!

    ResponderEliminar
  3. Como já se percebeu, todo o processo do "Novo Banco" foi, e é, um caso de estudo sobre como não se deve fazer.Nada teve a ver com solução financeira, tudo teve a ver com solução politica para a "saída limpa". Aliás a resolução do BES não ajudou em nada a questão da "dívida soberana".......

    ResponderEliminar